segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vazio Sanitário da Soja: 429 propriedades foram fiscalizadas em Minas




O balanço do Vazio Sanitário da Soja que foi encerrado no dia 23, segunda-feira, aponta, assim como em 2008, saldo positivo em Minas Gerais. Os 90 dias em que o cultivo do grão esteve proibido tiveram intensa fiscalização, superando em 57,14% a meta traçada pelo governo do Estado através Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
De 1º de julho a 30 de setembro é proibido o plantio de soja em território mineiro, a não ser nas áreas de pesquisa científica e de produção de sementes genéticas autorizadas pelo Instituto.
Assim como no ano passado, foram vistoriadas propriedades nas principais regiões produtoras de soja no estado: Alto Paranaíba, Noroeste, Norte e Triângulo Mineiro. Nos 52 municípios produtores da oleaginosa, o IMA conseguiu superar em 57,14% a meta de vistorias, com 429 propriedades produtoras fiscalizadas, sendo que estavam programadas 273.
Nesta etapa do Vazio em Minas Gerais foram emitidas 162 notificações por serem encontradas soja plantadas nas propriedades e aplicados nove autos de infração.
O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, avalia que o principal motivo para o sucesso do Vazio Sanitário da Soja é a conscientização crescente dos produtores mineiros. “A maioria deles se mostrou ciente da importância da medida e se adequou às normas”.


Monitoramento
O IMA chama atenção dos produtores para a importância do monitoramento da lavoura para que se identifique logo no início a ocorrência da Ferrugem Asiática. Produtores e técnicos devem estar atentos às informações de sua região.
Se a ferrugem for identificada em alguma propriedade, o ideal é fazer a aplicação antes que o fungo se espalhe pelo vento. Não há uma fase específica para que a doença se manifeste na planta. Dessa forma, qualquer sintoma da doença na propriedade, deve ser comunicada imediatamente ao escritório do instituto de sua região.


Produção
É importante que o controle da Ferrugem Asiática seja preventivo, uma vez que o combate a doenças como esta, tende a aumentar a competitividade da soja brasileira.
Minas Gerais é o sexto maior produtor nacional de soja, com 51 municípios produtores, totalizando uma área de 915 mil hectares e produção de 2,7 milhões de toneladas. O crescimento da produção neste ano foi de 6 % em relação à safra passada. Já a área plantada cresceu 5,2%.
A soja é o segundo grão mais cultivado no estado, atrás apenas do milho. O maior produtor mineiro do grão é o município de Unaí (Noroeste de Minas), seguido por Uberaba, Buritis, Uberlândia e Guarda-Mor.
Fonte: www.agricultura.mg.gov.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

China deve retomar aquisição de soja e elevar preço do grão


A China voltará às compras no mês de dezembro e cria expectativa para a maior alta no preço da soja neste semestre. De acordo com o Centro Nacional de Informações de Grãos e Óleo da China, o país asiático deve comprar 4 milhões de toneladas do grão em dezembro, superando em quase 1 milhão de toneladas as importações previstas para o mês.Segundo Danny Murphy, do Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos, haverá um aumento substancial na demanda chinesa no ano comercial 2009/2010. "O potencial do mercado da China por soja pode se tornar três ou quatro vezes maior do que é hoje se a economia continuar a crescer", disse Murphy.Na avaliação dele, o efeito do aumento da demanda nos preços da commodity será no curto prazo. "A oleaginosa deve ultrapassar a maior alta em nove meses, de US$ 12,3650 o bushel, alcançada no dia 5 de junho em Chicago, antes que as novas safras do Brasil e da Argentina, os maiores produtores depois dos EUA", disse.O último relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) aponta um crescimento de 7,6% para o esmagamento de soja chinesa em relação ao ano passado, para 44,1 milhões de toneladas neste ano comercial. Devido ao apetite chinês e ao enfraquecimento do dólar, as exportações de soja dos Estados Unidos devem crescer 4%, para 40 milhões de toneladas no ano comercial que se encerra no dia 31 de agosto de 2010. Desde 1º de setembro, quase 5 milhões de toneladas de soja norte-americana já foram entregues à China e mais 10 milhões de toneladas foram encomendadas para entrega. Segundo informações da United Soybean Board, a China importa um em cada quatro bushels que os EUA produzem.De acordo com Fernando Muraro Jr., analista da Agência Rural, não é só uma grande procura pela soja que sustenta os preços. "Na verdade, a oleaginosa vem sendo muito favorecida pela circulação do dinheiro nas finanças mundiais", avalia. Segundo o analista, com juros baixos nas principais economias do mundo, os investidores estão despejando suas economias em ativos como ações, petróleo, ouro e grãos, entre eles, naturalmente, a soja. "É a financeirização do mercado definindo os destinos da oleaginosa", acrescenta Muraro.Oferta brasileiraMesmo tendo sido responsável pelo incremento de 4% do volume de soja vendido pelos Estados Unidos no ano comercial que acaba de se encerrar, a China continua tendo na América do Sul seu principal alvo para a aquisição da oleaginosa. Apesar nos preços não estarem em patamares satisfatórios para os produtores brasileiros, a área plantada com soja no Brasil já atingiu 76% do previsto para a safra 2009/2010, bem acima da média dos últimos cinco anos de 66%, segundo o USDA.O relatório do órgão informou que o País deve alcançar uma safra recorde da oleaginosa nessa temporada e atingir um volume de 63,6 milhões de toneladas, a partir de uma área de plantio estimada em 22,85 milhões de hectares. Os números apontam para um aumento de 5% na área plantada e de 11,5% na produção em relação aos números da temporada 2008/2009.Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que até a última semana, 93% da área destinada ao plantio da soja no Mato Grosso já foi semeada. Em relação à temporada passada o plantio está 1,3% mais avançado. No norte do estado, onde o plantio começou mais tarde, 45% da área foi semeada, enquanto que em outras regiões as atividades acabaram.No Paraná, segundo maior produtor nacional, o plantio também está no fim. Dados do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) mostram que até a terceira semana do mês, 85% da área havia sido semeada. Assim como no Mato Grosso, em algumas regiões do Paraná o plantio está praticamente finalizado.De acordo com números da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/Mdic), até o último dia 22, a média diária das exportações de soja em novembro foi de US$ 24,6 milhões, 32,8% a menos que a média registrada em outubro e 38,3% inferior a média verificada em novembro de 2008.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Juros baixos no mundo favorecem cotações da soja


Os Estados Unidos estão terminando a colheita da sua maior safra de soja. De acordo com o último relatório de oferta e demanda mundial do Departamento de Agricultura do país (USDA), o mundo passou a contar com mais 90 milhões de toneladas da oleaginosa. Para a América do Sul, que está plantando a sua safra, as perspectivas também são boas, tanto por causa do aumento de área como por conta da promessa de contribuição do clima para o desenvolvimento das lavouras.
O aumento da oferta, contudo, ainda não deixou marcas nas cotações da oleaginosa negociada na Bolsa de Chicago. Uma das explicações está na demanda aquecida pelo grão norte-americano, que hoje é, praticamente, o único produto disponível na praça em função da oferta curta na América do Sul, cuja produção foi afetada pela seca na Argentina e no Sul do Brasil.
Mas não é só a procura alucinada pela soja que sustenta os preços. Na verdade, a oleaginosa vem sendo muito favorecida pela circulação do dinheiro nas finanças mundiais. Com juros baixos nas principais economias do mundo, os investidores estão despejando suas economias em ativos como ações, petróleo, ouro e grãos, entre eles, naturalmente, a soja. É a financeirização do mercado definindo os destinos da oleaginosa.

Fonte: Newsletter AgRural - 25/11/2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Feijão: setor produtivo prevê aumento médio de 20% na safra 2009/2010


O preço mínimo da saca de feijão de cor está estipulado em R$ 80 e foi calculado no primeiro semestre deste ano, com base em estimativas de mercado. Esse valor será praticado na comercialização do produto no primeiro ciclo da safra 2009/2010 (plantada em meados de agosto e para colheita entre dezembro de 2009 e fevereiro de 2010). De acordo com o coordenador-geral de Cereais e Culturas Anuais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silvio Farnese, a redução de preço dos insumos permitiu a queda nos custos de produção. “Isso refletiu em um cenário de otimismo entre os produtores, que esperam ter lucro um pouco maior nesta colheita”, afirmou.
Em reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Feijão, ocorrida nessa sexta-feira (13), os representantes do setor também classificaram o cenário para a safra atual como favorável. “A nossa expectativa é que tenhamos uma boa produtividade de feijão nesta primeira safra 2009/2010, considerando a extensão da área plantada, desde que o clima seja apropriado. Esperamos também concentração de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) nos meses de janeiro e fevereiro”, explicou o presidente interino da câmara, Marcelo Ludders. Estimativa do Instituto Brasileiro de Feijão e Legumes Secos (Ibrafe), informa que a produção de feijão pode superar em até 20% a última safra (2008/2009), chegando a 1,432 milhão de toneladas.
Na reunião, os integrantes da câmara setorial solicitaram ao Ministério da Agricultura a pronta aplicação dos instrumentos de defesa e manutenção de preço ao produtor, como o PEP e o Prêmio Equalizador ao Produtor (Pepro) para a próxima safra. O setor produtivo também pediu que seja desenvolvido um tipo de contrato de opção, com a alternativa de venda do feijão ao governo ou do recebimento de um valor determinado, quando o preço mínimo não for alcançado. “A ideia é defender o produtor caso haja quantidade maior de feijão do que aquela que o mercado pode absorver.” (Leilane Alves)


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Seca limitará produção de grãos, informa Bolsa de Rosário

A produção da safra de grãos da Argentina 2009/2010 será significativamente menor do que se esperava inicialmente, por conta da seca nas lavouras do extremo Oeste do Cinturão, de acordo com a última projeção da Bolsa de Grãos de Rosário. "Desde o começo temos sido um pouco pessimistas no que diz respeito às previsões, especialmente para a soja", disse a bolsa. Embora alguns analistas prevejam mais de 55 milhões de toneladas de soja, a Bolsa de Rosário avalia que a safra somará 47 milhões de toneladas. "A seca está afetando algumas províncias, como Córdoba, Santiago del Estero, o Oeste de Buenos Aires e partes do Norte do país, o que leva a crer que as estimativas deverão ser reduzidas, e não elevadas", comentou. A projeção da bolsa é de que a produção total de grãos nesta temporada totalize 77 milhões de toneladas, mais do que as 63 milhões de toneladas de 2008/2009. Espera-se que a produção resulte em 47 milhões de toneladas de soja, 13 milhões de toneladas de milho, 8 milhões de toneladas de trigo, 3 milhões de toneladas de semente de girassol, 2 milhões de toneladas de sorgo e 4 milhões de toneladas de outros grãos. As informações são da Dow Jones.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Soja: USDA confirma oferta recorde

As previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmaram produção recorde de soja no país de Barack Obama e no mundo na safra 2009/10. O anúncio derrubou as cotações de grãos no mercado internacional na quinta-feira da semana passada. A colheita acontece agora no Hemisfério Norte e o plantio no Hemisfério Sul. De acordo com o USDA, a produção americana será de 88,4 milhões de toneladas – o que é 9,5% a mais do que em 2008/09. Já a mundial será de 246 milhões de toneladas, aumento de 16,8% em relação ao ano passado. Se as projeções forem confirmadas, haverá altas nos estoques finais. A notícia é considerada baixista mesmo em ano de El Niño. Para o Brasil, a estimativa de 62 milhões de toneladas está mantida.

Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Invasões aumentam em 88% em SP

De acordo com levantamento da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), foram feitas 68 invasões no campo no estado de São Paulo no primeiro semestre deste ano, contra 36 no mesmo período do ano passado. O acréscimo é de 88%. O professor Bernardo Mançano Fernandes, um dos autores do levantamento, não sabe dizer se é um crescimento isolado ou se representa um novo período de aumento das ocupações de terra. “Contextualizando isso na história, percebemos que a falta de políticas de desenvolvimento da agricultura familiar afeta o resultado”, defendeu Fernandes. Ele ainda afirmou que há uma tendência de aumento e refluxo que foram notadas em duas ondas, nos governos FHC e Lula. “A primeira onda cresce com a luta pela terra e reflui com a criminalização pelas medidas provisórias que tentaram impedir o avanço das ocupações. A segunda onda cresce embalada pela esperança na primeira gestão do governo Lula e reflui, em parte, pelas políticas compensatórias do Bolsa Família”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Na contratendência, mais milho

Quem aposta no milho nesta safra intriga os demais produtores de grãos. O agropecuarista Júlio Pereira, de Uberlândia, explica a decisão com um palpite. “O futuro do milho vai ser melhor do que parece.” Ele acredita que seguir a contratendência muitas vezes é a estratégia mais inteligente. Pereira e sua família mantiveram a área da soja em 2 mil hectares e ampliaram a do milho de 800 ha para 1,42 mil ha, na comparação com a safra passada. A expectativa é de produtividade acima da média nas duas culturas, ou seja, mais de 3,3 mil kg/ha de soja e 10 mil quilos de milho/ha. Isso porque as chuvas chegaram antes e permitiram a antecipação do plantio. Se houver veranico em janeiro, o efeito da falta de umidade será menor. A aposta de Pereira é no mercado. Ele não armazena. Vende a maior parte da produção na mesma época que grande parte dos produtores, a partir da colheita. “Estamos nas mãos das grandes empresas e temos que aceitar os preços.” Em sua avaliação, a própria política das indústrias inibe investimentos em silos. “Eles fazem gracinha nos preços tentando atrair quem ainda tem grãos armazenado, mas faz pouca diferença”. A preferência é para os produtores que mantém os grãos armazenados nas próprias indústrias, relata. O problema é que, depois de entregar a produção, só resta ao agricultor acompanhar as cotações para vender no melhor momento. Se for retirar os grãos e entregar a outro armazém, ele terá de pagar por isso.

Fonte: Agrolink, 10 de novembro

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Produção de soja em Minas pode ficar próxima do recorde

A nova previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2009/2010 em Minas, com base em informações sobre os plantios, confirma os efeitos da migração de produtores de milho para a soja. De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais, o aumento estimado de produção da leguminosa é de 9,2%, com o volume previsto de quase 3,0 milhões de toneladas em relação à safra anterior, que alcançou cerca de 2,7 milhões de toneladas.
Conforme a estimativa atual, a produção mineira de soja deve ficar apenas 3% abaixo da safra recorde alcançada pelo Estado em 2005, diz Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da superintendência.
Já o aumento da ocupação de terra com o cultivo de soja no Estado, de acordo com a previsão, é de 7,8%. A área de plantio é de 986,1 mil hectares contra 914,4 mil hectares da safra anterior. Márcia Silva explica que o cultivo da leguminosa oferece melhores perspectivas, atualmente, que o do milho por causa do alto estoque de passagem desse grão no Brasil. Além disso, o plantio da soja “superprecoce” possibilita a colocação antecipada do produto no mercado, com um preço compensador.
A produção de soja, em Minas Gerais, está espalhada por dez regiões, e o conjunto de municípios do Triângulo lidera o ranking estadual com 1.020,6 toneladas. Em segundo lugar está a região Noroeste, com o município mineiro que apresenta a maior produção, Unaí: safra de 288,0 mil toneladas. O município que ocupa o segundo lugar é Uberaba, no Triângulo, com 240,0 mil toneladas. A soma das áreas ocupadas pela soja no Noroeste e no Triângulo alcança 661,6 mil hectares, ou 73,0% da área total com o cultivo da leguminosa no Estado.
Para o algodão, a estimativa é de evolução da ordem de 0,8% na safra 2009/2010. A média prevista é de 56,0 mil toneladas contra 55,5 mil toneladas na safra anterior. A produção de Minas predomina na região Noroeste, com destaque para o município de Unaí, que responde por quase 12,0 mil toneladas. Os outros municípios da região que têm produção forte são Presidente Olegário, Buritis e São Gonçalo do Abaeté. A produção total desses municípios alcança 26,3 mil toneladas. O cultivo é expressivo também no município de Coromandel, no Alto Paranaíba, que produz um pouco mais de 6,4 mil toneladas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Produção global de milho cai e vira oportunidade para o Brasil


Uma redução na safra de milho em importantes países produtores deverá abrir uma janela de oportunidade para os agricultores brasileiros no mercado internacional. O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado ontem, aponta uma queda de 1% no volume que o país, principal produtor da commodity, espera produzir na safra 2009/2010. O órgão norte-americano prevê retração no plantio de grãos da União Europeia (UE) para a próxima safra, uma vez que a queda dos preços e das exportações desestimula os produtores do bloco.


A China, cuja demanda interna é hoje o principal fator de influência sobre o mercado de commodities agrícolas, também terá problemas na próxima temporada. A safra de milho do gigante asiático, a segunda maior do mundo, despencou 13%, mais do que o estimado, para seu menor nível dos últimos quatro anos, devido à seca incidente sobre as principais regiões de cultivo, segundo revelou uma pesquisa realizada junto aos produtores locais. A produção no país caiu de 165,9 milhões de toneladas para 144,3 milhões.


Outro desestímulo à produção chinesa foi a diminuição em 16% na produtividade em razão da seca que devastou 8,01 milhões de hectares de terras cultivadas. Apenas na província de Jilin, que foi no passado a principal região produtora da China, o rendimento deverá cair 42%. "Foi uma seca regionalizada em partes da principal área de cultivo do nordeste do País", diz David Smoldt, vice-presidente da FCStone Group Inc. "Uma safra menor levará à queda dos estoques antes da colheita do ano que vem", afirma.


Se na China foi a seca a responsável pela queda na produção, nos EUA o excesso de chuvas continua reduzindo a estimativa para a safra 2009/2010 de grãos. No País, concomitante à menor produção, haverá um aumento da destinação do milho para a produção de etanol, o que também deverá estimular o aumento dos preços internacionais do grão.


Ao longo de 2009, os preços do milho estiveram em baixa tanto no mercado interno quanto externo. No Brasil, os preços considerados impraticáveis durante boa parte do ano, limitaram consideravelmente o escoamento do grão que ficou guardado ao ar livre por semanas. A má remuneração também desestimulou produtores de outras regiões. O USDA já prevê uma queda na produção do bloco devido às baixas cotações da última safra.


"Sabe-se que a redução dos preços internos nos 27 países da UE, associada às dificuldades previstas nos mercados de exportação, está afetando negativamente as decisões de plantio da safra de 2010", informa relatório.


Segundo o USDA, no leste da UE, apesar das excelentes condições de plantio, sabe-se que a queda da lucratividade no setor de grãos também está reduzindo a capacidade dos agricultores de obter o tão necessário crédito. Já na região ocidental, embora o crédito não seja problema, o clima seco adiou o plantio e deverá ampliar a vulnerabilidade das lavouras semeadas tardiamente às baixas temperaturas do inverno.


O bloco também acaba de aprovar duas variedades de milho transgênico, o que deverá abrir ainda mais espaço para a importação de milho convencional do Brasil, já que Estados Unidos e Argentina, que são os maiores exportadores do grão, não conseguem atender essa demanda.


Preços

Os preços do milho dispararam na Bolsa de Chicago na segunda-feira, com alta de 5,18%. Mas ontem voltaram a cair, fechando a R$ 20,67 (-0,68%). Em dólar, ficaram em US$ 12,04 a saca (-1,60%).


Além dos fundamentos pressionando positivamente os preços, a valorização está sendo provocada pela ação dos fundos de investimento que voltaram a apostar nesse mercado como alternativa de proteção contra a queda do dólar.


No mercado interno, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as cotações do milho tiveram comportamentos distintos nos últimos dias, o que é típico deste mercado durante a entressafra brasileira quando os preços oscilam mais em função da oferta e demanda locais do que por influências externas. Neste cenário, o Indicador Esalq/BM&F Bovespa de milho (Campinas) caiu 0,99% no acumulado do mês.


Fonte: DCI, 11 de novembro

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Exportações brasileiras se recuperam com alta de 3,5%



O crescimento de 1,6% das exportações brasileiras em outubro de 2009, sobre setembro, mantém a recuperação verificada desde agosto, após a retração do início do ano. A avaliação é do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral "A recuperação das exportações depende de diversos fatores, mas estamos confiantes porque o superávit de 2009 continua excedendo o do mesmo período de 2008", destacou o secretário durante entrevista coletiva sobre a balança comercial, ontem, em Brasília.
Barral destacou que, tradicionalmente, há queda nas exportações de outubro sobre o mês anterior, mas outubro de 2009 teve o maior aumento de exportações sobre setembro, nos últimos cinco anos. As exportações do mês chegaram a US$ 14,082 bilhões, contra os US$ 13,863 bilhões exportados em setembro. Em agosto de 2009, as exportações foram de US$ 13,841 bilhões. Em relação ao mês de setembro, as exportações de carne in natura registraram recuperação de 3,55% na receita e 6,53% no volume. Porém os exportadores brasileiros amargaram queda no preço médio da carne bovina exportada (-2,79%), que em outubro recuou para US$ 3.472/tonelada.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Soja é a cultura que mais cresce na safra atual

A opção dos produtores pelo plantio da soja na temporada agrícola 2009/10 vai levar o Brasil a colher, no próximo ano, entre 62,50 e 63,60 milhões de toneladas da oleaginosa. Se confirmado o intervalo superior, que representa 11,4% a mais que o período passado, este será o melhor resultado da história. Quando somadas às demais culturas, a safra total de grãos ficará entre 139,04 e 141,69 milhões t, ou 3% a 5% a mais que as 135 milhões t da anterior. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (5) pela Conab e fazem parte do segundo levantamento da produção nacional.
Este incremento se deve, principalmente, à recuperação da produtividade das principais culturas e à estabilidade do clima prevista para os próximos meses, o que beneficiará a semeadura das lavouras, que ocorre até o final de dezembro nos estados do Centro-Sul. A previsão é de que a área a ser plantada em todo o país fique entre 47,44 (-0,5%) e 48,18 (+1,1%) milhões de hectares.
A projeção do milho primeira safra, que teve o plantio iniciado em agosto e será colhido a partir de janeiro, é de 32,79 (-2,6%) a 34,06 (1,2%) milhões t. Já o feijão primeira safra, em fase de frutificação e maturação em algumas regiões, está entre 1,39 (+2,9%) e 1,43 milhão t (+6,3%). O arroz, por outro lado, tem redução média de 3,8%, ficando entre 12,06 e 12,18 milhões t. O algodão em pluma segue a mesma tendência, oscilando entre 1,13 e 1,21 milhões t, ou uma queda média de 2,1%.
Para avaliar o comportamento das culturas de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a Conab utilizou os dados da pesquisa realizada com produtores, agrônomos, cooperativas rurais, secretarias de estado da agricultura, órgãos de assistência técnica e agentes financeiros. Nos estados onde o plantio ainda não começou, como nos do Nordeste, o estudo manteve a área da safra anterior e, para fins de produção, levou em consideração a produtividade média dos últimos cinco anos, descartando-se os períodos atípicos.
Trigo – O trigo, uma das culturas de inverno, vem sofrendo com o excesso de chuva na fase final do cultivo. A produção registra diminuição e deve fechar em 5,04 milhões t (-14,3%). Em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal a colheita já foi concluída. No Paraná resta uma pequena parcela e, no Rio Grande do Sul, está em fase inicial.
A maior parte do cereal está concentrada no Paraná (1,29 milhão de hectares), seguido do Rio Grande do Sul (882,3 mil ha), Santa Catarina (121,1 mil ha) e São Paulo (61,3 mil ha). A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23 de outubro.

Fonte: Conab

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Câmbio é maior adversário do produtor


Os dados do prognóstico da safra 2009/2010 divulgados pela Conab confirmam consenso estabelecido entre consultores, analistas e produtores, segundo análise do jornal Valor Econômico. A área reservada ao plantio, em plena execução a esta altura, praticamente deve reproduzir os números da safra passada, com a soja ocupando algumas áreas tanto do milho quanto do algodão. Essas culturas tendem a ter espaços menores no ciclo em curso. A recuperação na produtividade média das lavouras, impulsionada pelo clima, deve estimular uma colheita de 139 milhões a 141 milhões de toneladas de grãos no país, a segunda maior safra da história. Isso corresponderia uma produção entre 3,8 milhões a 6,46 milhões de toneladas acima da safra 2008/2009, de acordo com a Conab.



Fonte: Valor Econômico

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Supersafra e câmbio irão pressionar cotações da soja



Em menos de um ano, a valorização do real fez a soja brasileira ficar 30% mais cara para os importadores, reduzindo a competitividade do País e a margem dos produtores. A perspectiva de preços baixos, porém, é reforçada pelo acréscimo de cerca de 10% da oferta mundial do grão, com a retomada da safra argentina e o aumento da produção no Brasil. Os produtores brasileiros irão colher na safra 2009/2010 entre 62,50 milhões e 63,60 milhões de toneladas da oleaginosa, um incremento próximo a 11% ante a temporada passada no melhor resultado da história. Os números fazem parte da previsão feita ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entre os fatores que devem levar o País a colher uma safra recorde estão os baixos preços baixos do milho, que levaram muitos produtores a ampliar a área da soja sobre essa cultura. O aumento da produção também se deve à estabilidade do clima prevista para os próximos meses, o que beneficiará a semeadura das lavouras, que ocorre até o final de dezembro nos estados do Centro-Sul. "A supersafra no Brasil e a Argentina retomando vão levar a queda da Bolsa de Chicago rapidamente", avaliou Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). Ramalho destaca que a soja brasileira, 30% mais cara, concorre com o grão da Argentina e dos Estados Unidos e que, portanto, irá perder mercados, levando o produtor rural a registrar prejuízo. "Nas condições que nós temos hoje o produtor não vai ter lucro", afirmou. Segundo o presidente da SRB, para obter alguma margem com o câmbio e o preço atuais o produtor precisaria atingir uma produtividade de pelo menos 3 mil quilos por hectare (o equivalente a 50 sacas), o que é nacionalmente é muito difícil, segundo Ramalho. O cenário que se desenha é desanimador e acentua a tendência dos últimos meses. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicado (Cepea), a soja negociada em Paranaguá em outubro com embarque para o mesmo mês foi cotada a US$ 27 a saca. O grão comercializado no mesmo mês, mas com embarque previsto para abril de 2010 foi vendido a US$ 22,30 a saca. A redução da competitividade brasileira já pode ser observada no ritmo de comercialização. O Mato Grosso - maior estado produtor do Brasil - está com 29% da produção comprometida, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), enquanto no ano passado essa negociação já havia atingido 50% no mesmo período. Os produtores norte-americanos, por sua vez, já comercializaram 55% da safra de soja, enquanto a média histórica do país é de 20% neste período. Se a lentidão no escoamento da soja persistir, os produtores terão que enfrentar o déficit de armazenamento, repetindo a safra de milho que registrou perdas por ficar fora dos silos enquanto não era vendida. Ao se observar a tendência cambial e os fundamentos para o mercado da soja o futuro não deve levar alívio aos produtores. "O cenário para a soja não é positivo. Há um aumento da produção ante uma demanda que não tende a crescer. É provável que o preço se acomode ou tenda a cair", avaliou o economista André Diz. A SRB deverá se unir à outras entidades do agronegócio para formular uma agenda para discutir a política cambial do governo, no entanto, segundo as lideranças da casa, terá que abrir uma brecha dentro de um Congresso Nacional onde o agronegócio está incluído apenas nas discussões referentes ao meio ambiente. João Sampaio, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, vê com desconfiança as medidas de intervenção ao câmbio, anunciadas pelo Banco Central. "Acredito que uma política direcionada aos juros teria mais impacto que essas medidas", disse.



Fonte: DCI, 6 de novembro

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Censo confirma atuação da agricultura familiar em Minas

Os resultados do Censo Agropecuário 2006, publicados recentemente, confirmam a importância da agricultura familiar no cenário da produção vegetal e animal, além de apontar para o seu potencial na agroindústria e no artesanato. O segmento tem uma participação da ordem de 42% no total da produção de grãos em Minas. Segundo o levantamento do IBGE, as propriedades familiares do Estado responderam por quase 47,0% da produção de milho, sendo este grão o de maior destaque da safra estadual.

De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, que organizou os dados, no caso do café a agricultura familiar respondeu por quase 30% da produção total do Estado. Já a produção de mandioca, tradicional no segmento, equivalia a 83,0% do total em Minas. Além disso, as propriedades familiares contribuíam com quase 32% da safra estadual de feijão.
“Esses resultados confirmam a força da agricultura familiar no cenário da produção agrícola e pecuária”, diz o superintendente de Segurança Alimentar e Apoio à Agricultura Familiar, Lucas Scarascia. “A partir do censo passaram a existir referências precisas, que possibilitam uma melhor avaliação do segmento”. Isto, segundo Scarascia, “é fundamental para a elaboração de políticas de suporte à agricultura familiar”.
A Lei 11.326 de 24 de julho de 2006 estabeleceu o conceito básico de agricultura familiar. São assim considerados a pequena e a média propriedade, assentamentos de reforma agrária e comunidades rurais tradicionais – extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e outras.
“Scarascia acrescenta que, de acordo com a lei, há quatro condições essenciais para o reconhecimento de uma propriedade como de agricultura familiar, sendo a primeira a de que a área do estabelecimento ou empreendimento rural tenha no máximo quatro módulos fiscais definidos pelo Incra em cada município”, acrescenta Scarascia. “A segunda condição é a de que nas atividades econômicas desenvolvidas pelo segmento predomine a mão-de-obra da própria família.”
O superintendente ainda diz que a renda predominante na agricultura familiar tem que ser originada de atividades vinculadas à propriedade. “Além disso, o estabelecimento ou empreendimento deve ser dirigido pela própria família”, assinala Scarascia.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Zoneamentos para eucalipto, pinus e mamona

A Secretaria de Política Agrícola do Ministério de Agricultura autorizou o planto de eucalipto, pinus e mamona em diversos estados. O eucalipto está autorizado no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e atende à demanda crescente por matéria-prima. O pinus será plantado no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. Já o cultivo da mamona foi autorizado para Bahia, do Maranhão e Piauí. Segundo o Ministério da Agricultura, o país tem potencial de sobra para o cultivo de florestas e o destaque é justamente para o eucalipto, pela resistência às intempéries, crescimento rápido e posição de liderança mundial em produção, produtividade e melhoramento.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Chuvas atrasam plantio no Brasil e colheita americana





As chuvas estão atrasando a safra no Brasil e nos Estados Unidos, resultando em troca de cultura e aumento do custo de produção. No País, a Região Sul foi a principal afetada. O Paraná registra 77% da área de milho plantada, ante 90% no mesmo período do ano passado, segundo informações da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado (Seab). No caso da soja, o plantio avançou nessa safra 25%, inferior aos 40% plantados na mesma época do ano passado.

De acordo com Otimar Hubner, engenheiro agrônomo do departamento de Economia Rural da Seab, algumas lavouras sofreram erosão, mas com a trégua das chuvas na última semana, os produtores estão plantando a todo vapor e devem recuperar o tempo perdido. "Apesar do atraso, o milho não deve ter redução da produtividade. O problema no caso da soja, é que se atrasar o plantio atrapalha o plantio do milho safrinha", alerta Hubner.

No Rio Grande do Sul, o plantio do milho, que deveria ter acontecido em agosto, está se estendendo até agora e já é prevista uma redução de até 25% da área do grão. Segundo estimativas da Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), a área plantada na safra de verão 2009 deve ficar entre 980 mil hectares a a 1 milhão de hectares contra 1,38 milhão de hectares verificados no ano passado. "A redução é motivada principalmente pelo preço e pela dificuldade na comercialização da safra passada", observa Jorge Rodrigues, diretor da área de grãos da Farsul. "Como teve atraso no plantio do milho, muitos produtores buscaram substituí-lo pela soja cuja perspectiva é positiva", diz Rodrigues.

O diretor da área de grãos também destaca o início da colheita do trigo, que com a trégua das chuvas já avançou de 20% a 25% . "Esperamos que continue assim. Se permanecer o clima favorável é esperado uma safra de 1,6 milhão de toneladas de trigo de boa qualidade", afirma.

O tempo seco das últimas duas semanas também permitiu o avanço do plantio de arroz no Rio Grande do Sul. O plantio deve terminar em uma semana, dentro de um período considerado ideal. No mercado, os fundamentos seguem indicando preços mais altos, embora a tendência ainda não tenha se confirmado.

Enquanto as chuvas atrasam o andamento da safra na região Sul, o Mato Grosso é beneficiado por ela. O plantio da soja já avançou 51,1% na região, segundo o último boletim do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). No mesmo período do ano passado, a safra tinha avançado apenas 46%.

Na região, a chuva acabou antecipando o plantio e evitando perdas com a estiagem recente. "Algumas regiões do estado [parte do médio norte e oeste] acabaram de ter um período de estiagem de dez dias, o que acabou paralisando o plantio nessas regiões", diz Thiago Mattosinho, gerente técnico da Federação de Agricultura e Pecuário do Estado do Mato Grosso (Famato).


Estados Unidos
De acordo com Anamaria Gaudencio Martins, analista internacional do Imea e da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja/MT), a safra atual está sendo, sem dúvida, umas das mais difíceis para os norte-americanos com relação à colheita e é também a mais tardia dos últimos 30 anos. Chove bastante em parte de Illinois e Iowa, os dois maiores produtores de soja e milho dos Estados Unidos. "Os produtores americanos estão acostumados a colher a soja já bem seca, dispensando a utilização de secadores, mas este ano os relatos de umidade entre 15 e 20% estão sendo muito comuns. Há relatos também de regiões com índices em torno de 30%", avalia a analista. Com o índice nesse nível ou acima, os produtores gastam, em média, US$ 1,32 por saca só com a secagem.