sábado, 4 de junho de 2011

ALTA NO PIB SE DEVE A MAIOR PRODUTIVIDADE NO CAMPO



O crescimento de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no primeiro trimestre deste ano é resultado do bom desempenho da safra 2010/2011 de grãos e fibras, que deverá atingir 159 milhões de toneladas. De acordo com avaliação da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, os bons resultados do PIB foram possíveis em função da melhoria de produtividade no campo, que superou os 2,9%, aumentando o rendimento de 3.148 para 3.239 quilos por hectare na safra. O aumento de área plantada, de 47,4 para 49,2 milhões de hectares, foi puxado pela cultura do algodão. "Nos últimos anos, construímos a maior e melhor agricultura, o que foi possível com o investimento em tecnologia que garantiu a formação de uma poupança verde no campo", afirmou. De acordo com a presidente da CNA , a incorporação de tecnologias voltadas para o campo permitiu o aumento de 228% na produção de grãos entre 1976 e 2011. Nesse período, a produtividade das lavouras cresceu 151%. O crescimento da área plantada foi muito menor: 31%. "Sem o uso de tecnologia, seria preciso ocupar 108 milhões de hectares, e não os atuais 49,2 milhões de hectares, para se obter a mesma produção, o que preservou áreas que seriam desmatadas para possibilitar esta expansão", completou. Estimativas divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o PIB da economia brasileira subiu 1,3% em relação ao último trimestre de 2010, crescimento liderado pela agropecuária, atividade que mais cresceu no acumulado dos três primeiros meses de 2011. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o PIB da agropecuária teve aumento de 3,1% em igual período de 2011. "Esse patrimônio é do Brasil", afirmou a presidente da CNA , ao lembrar que "as áreas de produção abertas nos últimos anos pelos produtores rurais foram transformadas em arroz, feijão, milho, soja, carne PIB, empregos e exportação". Segundo avaliação da Superintendência Técnica da CNA , a taxa de crescimento do PIB, apurada pelo IBGE, registra somente o aumento da produção e a metodologia considera apenas a produção e os preços constantes, ou seja, os mesmos de 2010. Assim, a expectativa é que os próximos números do IBGE indiquem crescimento ainda maior da atividade agropecuária, pois a estimativa trará o resultado final da safra de grãos e o início do período de recuperação de preços, além do aumento da produção e dos preços da pecuária. A estimativa é que o PIB da agropecuária feche o ano de 2011 com crescimento de cerca de 9%. As informações são da assessoria de comunicação da CNA.

Novo virus em feijão

O Bean necrotic mosaic vírus causa necroses nas plantações de feijões e não é nocivo a saúde humana, mas a possibilidade de provocar queda de produtividade preocupa especialistas. Novos estudos vão verificar se praga ataca também a soja.












A observação de um professor experiente e a insistência de um pesquisador novato foram responsáveis por uma nova descoberta na área da Biologia. Athos de Oliveira identificou um novo vírus no feijão a partir de uma amostra encaminhada à Universidade de Brasília (UnB) pelo professor aposentado do Instituto de Ciências Biológicas, Elliot Kitajima, atualmente na Universidade de São Paulo (USP).

O Bean necrotic mosaic vírus é do gênero tospovírus, que geralmente ataca hortaliças e causa necroses em plantas. Embora algumas espécies causem verdadeiros prejuízos às plantações, como o tomate, por exemplo, o novo vírus ainda não mostrou esse poder. Mas a possibilidade de uma queda de produtividade em conseqüência da infecção pelo vírus preocupa os pesquisadores. O Brasil é o maior produtor mundial de feijões, embora não seja líder de exportação do produto.

Athos sequenciou o genoma do novo vírus e comparou com outros do mesmo grupo. O resultado mostrou que ele é geneticamente distante de todos os outros do gênero. "Em geral, esse grupo não infecta feijões de forma sistêmica, e é por isso que ele realmente é muito distinto", explica Athos, autor da dissertação Bean necrotic mosaic vírus: um novo e distinto tospovírus brasileiro, defendida pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular da UnB.

Athos e os especialistas envolvidos no estudo acreditam que o vírus é transmitido pelo inseto tripes, responsável pela transmissão de todos os vírus desse gênero. "Esse inseto é o vetor que carrega os vírus do gênero tospovírus", explica Athos. O que preocupa os pesquisadores é a possibilidade de que o Bean necrotic mosaic vírus atinja também as plantações de soja. "Se infecta o feijão, pode infectar também a soja", afirma o Renato Resende, orientador do estudo, que dará início ainda este ano a estudos em laboratório para verificar como a soja reage ao novo vírus. "É importante ressaltar que vírus que infectam plantas não são nocivos à saúde humana, mas, sim, à saúde vegetal", lembra Athos.

O Bean necrotic mosaic vírus foi encontrado em Piracicaba, São Paulo, numa plantação de 200 m², no campus universitário da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. "Esse fenômeno é estudado desde 2006 pelo professor de fitopatologia da Esalq Elliot Kitajima", conta o pesquisador Athos de Oliveira.

Foi o professor Kitajima que observou na plantação as lesões necróticas, que denunciam sintomas de infecção por tospovírus. Kitajima fez a primeira análise de folhas infectadas utilizando a microscopia eletrônica para tentar identificar partículas virais. A partir desse exame, ele supôs que o vírus pertencia ao gênero tospovírus por conta da composição morfológica das partículas analisadas. "O vírus foi visto em uma plantação pela primeira vez na década de 60 no Instituto Agronômico (IAC) de Campinas (SP) pelo professor Álvaro Santos Costa", conta Kitajima. Só que até então não havia sido estudado com profundidade.

Kitajima enviou algumas amostras da planta para o orientador da pesquisa. Foi assim que Athos comprovou, com experimentos sorológicos e moleculares, que o vírus realmente faz parte do gênero tospovírus. O Bean necrotic mosaic vírus não é semelhante a nenhum outro vírus pertencente ao mesmo gênero.

O professor aposentado alerta que embora esse vírus não tenha importância econômica, pode ocorrer um crescimento populacional do inseto tripes. "Aconteceu um problema grave com plantações de feijão quando aumentou a presença da mosca branca", lembra o professor, referindo-se a uma outra praga. Para impedir a contaminação algumas providências podem ser tomadas pelos agrônomos como plantar milho ao redor da plantação de feijão para dificultar o caminho do tripes. Outra saída é entender o ciclo do vírus e tentar fazer um controle do vetor ou também procurar plantar espécies resistentes ao vírus. "Tudo isso ainda precisa ser estudado", ressalta Kitajima.

BATISMO

Para entender quem seriam os possíveis hospedeiros, Athos fez testes de sintomatologia e espectro de hospedeiros. O resultado mostrou que das 20 plantas que entraram em contato com o vírus por inoculação mecânica, apenas três apresentaram algum sintoma, como, por exemplo, o nanismo.

O próximo passo foi purificar o vírus para fazer os estudos sorológicos necessários para detectar a presença do vírus em outras plantas. E também para a comparação entre as proteínas dos vírus. Athos injetou o vírus em um coelho para induzir a produção de anticorpos contra o vírus. Foram três aplicações do vírus a cada 15 dias. "Infectei outras plantas e verifiquei que o anticorpo estava funcionando", disse. Na etapa seguinte, ele comparou o novo vírus com outros do mesmo grupo para identificar as diferenças entre eles.

O nome do novo vírus é composto pelo nome do hospedeiro do vírus, o feijão (em inglês bean), e depois pelos sintomas que causa na plantação, o mosaico necrótico (necrotic mosaic). Para registrar a novidade é preciso submeter um artigo a uma revista científica e depositar o genoma sequenciado no banco de dados GenBank. O nome precisa passar ainda pelo Comitê Internacional de Taxonomia de vírus. "Especialistas do mundo inteiro analisam a nomenclatura. Esse comitê julga todos os vírus de plantas e animais", explica Renato Resende, que participa do comitê.

http://www.cifeijao.com.br

EUA: mesmo com alta, 40% do milho ainda será destinado a etanol

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA não pretende alterar a sua posição sobre os biocombustíveis, apesar de os preços do milho terem subido para níveis sem precedentes, disse nesta terça-feira a diretora do órgão, Lisa Jackson. Cerca de 40% da safra de milho dos EUA é usada para produção de etanol e os críticos dizem que essa situação eleva os custos dos alimentos e das matérias-primas para ração animal.

Os futuros do milho na bolsa de Chicago quase duplicaram de valor em relação há um ano e as reservas do cereal estão nos menores níveis desde a década de 1930. A EPA e o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estão monitorando os preços do milho, disse Jackson, que recentemente visitou usinas de etanol na região central dos EUA. Ela, no entanto, não vê a produção de biocombustíveis como fator principal para a alta dos preços.

Este ano, a EPA aprovou o uso de misturas de até 15% de etanol na gasolina para carros novos, um aumento da proporção anterior de 10%. O USDA projetou que 5 bilhões de bushels de milho serão usados na produção de etanol no ano findo em 31 de agosto. O mandato do governo para biocombustíveis requer a produção de 12,5 bilhões de galões de etanol neste ano, mas estima-se que esta meta seja ultrapassada em cerca de 10%.

Fonte: AgroNotícias

Queda nos preços da soja e do milho interfere na venda da safra de verão

A safrinha plantada na fazenda do agricultor Modesto Daga servirá apenas para silagem, mas ele ainda tem estocado milho da safra de verão. O agricultor parcelou as vendas, como de costume. Negociou 35% antes de colher e 45% na colheita, a um preço médio de R$ 24.

O valor da saca está bem acima do obtido no ano passado, mas de um mês para cá caiu cerca de R$ 1. Por isso, o restante da safra, 20% da produção, Modesto só vai entregar quando receber uma boa proposta. “Não vendi tudo ainda, tenho alguma coisa para comercializar, por causa desta queda de preço, e a gente está esperando que ele volte à normalidade de R$ 24, R$ 25 para liquidarmos o resto do milho”.

Já não se vê mais soja na região, é época de trigo ou milho safrinha. Os grãos colhidos até o mês passado já não estão mais no campo, mas têm muito produtor que ainda mantém parte da safra nos estoques e continua de olho no mercado. “Nós entramos agora no período da entressafra, terminou a colheita, o produtor já vendeu o que ele precisava para as suas despesas, prestações de banco e manutenção da propriedade, então agora ele está tendo fôlego para aguardar a recuperação dos preços”, declara Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.

Mesmo com a queda nas últimas semanas, o preço da soja está hoje 40% maior do que o de maio do ano passado, no mercado internacional. E o milho subiu quase 90% em um ano.

Fonte: Gazeta Web