quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Parlamento cobra explicações do governo sobre aplicação aérea de agrotóxicos


Uma semana após a Câmara Setorial da Soja defender que o governo altere a medida que condicionou a aplicação





Uma semana após a Câmara Setorial da Soja defender que o governo altere a medida que condicionou a aplicação, por aeronaves agrícolas, de produtos agrotóxicos que contenham os ingredientes ativos Imidacloprido, Fipronil, Tiametoxan e Clotianidina, o assunto mais uma vez voltou à agenda de discussões com o governo em Brasília. Na terça-feira (27), membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) encontraram-se com o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Carlos Vaz. A defesa é por um "posicionamento mais firme do órgão" em relação à classe produtora, como define o presidente da FPA, Homero Pereira (PSD/MT). 


O uso foi autorizado, mas em caráter temporário para as culturas de arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo até junho de 2013, e obedecendo períodos específicos. "O Mapa deve ter um posicionamento mais firme sob pena de comprometer a agricultura brasileira. Perdemos por conta de uma questão sem embasamento técnico", afirmou Homero ao Agrodebate. 

Durante encontro na capital federal, o representante do Ministério disse que o governo mantém uma rodada de conversações com seus agentes ambientais e busca uma solução ao empasse. "O ministério ficou de se reunir na próxima semana com o Ibama. Há uma preocupação que se os produtores aplicarem [os agrotóxicos] desta forma estarão transgredindo a lei", salientou ainda o presidente. 

Segundo Homero, a Frente Parlamentar da Agropecuária quer convocar a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o Ministério da Agricultura e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para uma audiência que vai tratar do comunicado restritivo. 

De acordo com a decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU), no dia 3 de outubro deste ano, a utilização de agrotóxicos foi autorizada, mas em caráter temporário para as culturas de arroz, cana-de-açúcar, soja e trigo até junho de 2013, e obedecendo a períodos específicos. No Centro-Oeste o uso dos materiais foi permitido entre 20 de novembro até 1º de janeiro de 2013. No Norte, de 1º de janeiro de 2013 a 20 de fevereiro de 2013. E no Sul, de 1º de dezembro de 2012 a 15 de janeiro de 2013. 

Além disso, o governo fixou condições para a liberação do uso aéreo no controle de pragas agrícolas. Entre elas, que as aplicações ocorreram em alturas inferiores a 4 metros. 

Para a soja uma única aplicação será permitida durante todo o ciclo de pragas em especial os percevejos (Piezodorus, guildinii, Euschistus heros, Nezara viridula). Já para as áreas de produção de sementes de soja ficam autorizadas duas aplicações permitidas para o controle agrícola em especial os percevejos. 

As regras para a aplicação nas lavoura de cana-de-açúcar restringe os produtores a uma única aplicação aérea durante todo o ciclo, que deve ser realizada 30 dias antes da colheita, quando houver a impossibilidade de entrada de equipamentos terrestres, para controle da cigarrinha da raiz (M.fimbriolata). 

Antes de realizarem as aplicações, no entanto, os produtores deverão informar os apicultores localizados em um raio de 6 km das propriedades onde os agrotóxicos serão aplicados, com antecedência de 48 horas. Em caso de mortandade de polinizadores ou a colapso de colmeias ocorridos em decorrência da aplicação por aeronaves dos produtos, especifica o ato, deverá ser notificada às autoridades. 

Prejuízos 

O setor produtivo de Mato Grosso estimava prejuízos de 4,2 milhões de toneladas de soja na safra 2012/13 e uma perda de R$ 5,92 bilhões que poderiam ser geradas em função do ataque de pragas e doenças pelo não uso de produtos para o combate. 

"Faltou empenho do Mapa [Ministério da Agricultura]. Um assunto tão importante e eles não tomaram posicionamento, mesmo tendo Embrapa para realização estudos aprofundados. Se há alguma restrição, que se faça somente durante o período de floração", defendeu Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do país (Aprosoja Brasil).


http://www.cisoja.com.br/index.php?p=noticia&idN=14939 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Valor da produção de lavouras pode chegar a R$ 297,9 Bi em 2013


A estimativa é que o VBP das principais lavouras em 2013 seja até 27,4% superior ao deste ano



Confirmando as expectativas de crescimento, a estimativa para este ano do Valor Bruto da Produção (VBP) das principais lavouras é de R$ 233,8 bilhões. Descontada a inflação, a elevação é 3% superior ao valor registrado no ano passado. Em 2013, o resultado deve ser ainda mais expressivo, podendo alcançar R$ 297,9 bilhões.

Entre as regiões, as que apresentaram o maior valor foram Centro-Oeste (R$ 68,5 bilhões), Sudeste (66,3 bilhões) e Sul (R$ 54,1 bilhões). No entanto, em acréscimos percentuais, as três primeiras colocadas são Centro-Oeste (30% em relação a 2011), Nordeste (14,4%) e Norte (9,6%).

Previsão para 2013

Os dados para a safra 2012/13 são calculados a partir dos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que avalia a safra em 181,5 milhões de grãos, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com projeção de 170,9 milhões de toneladas, divulgados na última quinta-feira, 8 de novembro. A diferença nas informações deve-se a metodologia usada pelas duas instituições e divergem principalmente nas previsões de milho e de soja.

A estimativa é que o VBP das principais lavouras em 2013 seja de R$ 289,5 bilhões, valor 23,8 % superior ao obtido em 2012. No entanto, a partir da previsão de plantio de algumas culturas divulgado pela Conab, esse valor pode atingir R$ 297,9 bilhões, resultado 27,4 % maior que o deste ano.

“O aumento acentuado previsto para o valor da produção é devido ao tamanho da safra esperada de milho e soja para o próximo ano, e também ao nível elevado de preços agrícolas”, destacou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho. As duas oleaginosas são os produtos que mais afetam os resultados do faturamento da agricultura previsto para 2013.


Fonte: 

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Chuvas impulsionam plantio de soja no Brasil


Uma melhora no clima nas regiões produtoras de soja no Brasil impulsionou o plantio da oleaginosa da temporada 2012/13


Reuters

Uma melhora no clima nas regiões produtoras de soja no Brasil impulsionou o plantio da oleaginosa da temporada 2012/13, que vinha sendo prejudicado pela falta de chuvas em importantes áreas, afirmou nesta segunda-feira (12) consultoria Céleres.

O plantio avançou na última semana para 60% da área projetada no país, mas continua atrasado em relação a anos anteriores - a média de cinco anos para esta época é de 68 por cento - em função de precipitações insuficientes no mês de outubro.

Na comparação com o início do mês, quando 37% da área estava plantada, houve um salto na semeadura até a última sexta-feira.

Desde o início de novembro chuvas de mais de 200 milímetros voltaram a favorecer os produtores.

As necessárias chuvas atingiram principalmente a região Centro-Oeste, Sudeste e a porção norte do Estado do Paraná.

No caso dos Estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a situação era inversa e bastante parecida com o observado nas áreas de produção da Argentina, onde houve excesso de chuvas, observou a consultoria.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Valor da produção agrícola cresce 27% em 2011, diz IBGE



Valorização dos preços dos produtos foi o fator que mais contribuiu para o resultado; São Paulo lidera entre os Estados, e Sorriso (MT) entre os municípios
O valor da produção agrícola do País alcançou R$ 195,6 bilhões em 2011, crescimento de 27,1% em relação a 2010, aponta a pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2011, divulgada nesta sexta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo como estudo, a valorização dos preços dos produtos agrícolas tanto no mercado interno quanto externo foi o fator que mais contribuiu para o resultado. Segundo o levantamento, a área plantada ultrapassou 68,1 milhões de hectares, avanço de 4,3% (2,8 milhões de hectares), impulsionado principalmente pela expansão da soja (3%), do milho (2ª safra) (54,7%) e do algodão herbáceo (69%).
Entre os principais produtos responsáveis pelo aumento no valor da produção, a análise do IBGE destaca a soja, com 34,9% de expansão no valor da produção; a cana-de-açúcar, que aumentou o valor em 38,6%; o milho, com crescimento de 46,4%; e o café, 40,1%. “Chamou atenção também o aumento de 76,2% do algodão herbáceo, que passou da 10ª para a 5ª posição em termos de valor de produção”, diz a pesquisa.
Estados e municípios
A análise do IBGE revela que o Estado de São Paulo manteve a liderança na participação nacional no valor da produção, mas sua contribuição caiu de 18,3% (R$ 28 bilhões de reais), em 2010, para 17,7% (R$ 34,6 bilhões) em 2011. Já Minas Gerais subiu da quarta para a segunda colocação, com uma participação de 12,7% (R$ 24,8 bilhões) em 2011.

Sorriso (MT), que havia caído de primeiro para terceiro lugar em 2010, voltou a ser o município com maior valor de produção, gerando R$ 1,9 bilhão, um crescimento de 105,4%. São Desidério (BA) foi o segundo colocado, com R$ 1,7 bilhão e crescimento de 59,9%.
Dos 64 produtos pesquisados, ressalta o estudo, três culturas responderam por 57,2% (R$ 111,8 bilhões) do valor da produção: soja, cana-de-açúcar e milho. A soja continua sendo a cultura com maior valor da produção (25,7% do valor total ou R$ 50,3 bilhões), seguida da cana-de-açúcar (20,1% ou 39,2 bilhões) e do milho (11,4% ou R$ 22,2 bilhões).

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

INDICADORES DE TENDÊNCIA CIMILHO (53) / Logística: os velhos problemas de transporte

Rubens Augusto de Miranda e João Carlos Garcia 

Pesquisadores da área de economia agrícola da Embrapa Milho e Sorgo 

“A vitória é a flor mais bonita, brilhante e colorida. Transporte é o caule sem o qual ela nunca teria desabrochado”. Tais palavras foram ditas por Winston Churchill após o desembarque bem sucedido de milhares de soldados na Normandia em 6 de junho de 1944, o chamado dia D. Ao longo da história, vitórias foram conquistadas, civilizações e países se desenvolveram somente após resolverem problemas logísticos, especialmente no que se refere ao transporte. Não é segredo algum que a logística tem sido um dos grandes entraves ao desenvolvimento brasileiro, mas o que torna esse conhecimento tão incômodo é o fato de estarmos convivendo com esses problemas há décadas. Em algumas áreas, o país sempre mostrou uma grande capacidade de se adaptar e conviver “pacificamente” com os seus problemas, talvez pensando que princípios darwinianos naturalmente fariam o Brasil emergir como grande potência. Todavia, o lugar de relativo destaque do país na “Nova Ordem Mundial”, de crise das nações desenvolvidas e crescimento dos países emergentes, pode nos levar a crer que tal política tem dado resultado, mas fica a sensação de que poderíamos estar muito melhor com a solução desses velhos problemas. 

Sempre que o Brasil colhe uma safra recorde, os referidos problemas ficam mais aparentes, incomodam um pouco mais e a mídia dá uma atenção maior. O tempo passa e a cada nova safra os problemas persistem. Nesse sentido, no que tange à questão logística, a ocorrência de uma conjunção de fatores fez de 2012 um ano atípico, especialmente para o mercado de milho. A expectativa de recordes, tanto na safra dos Estados Unidos como na segunda safra de milho no Brasil, inicialmente provocou uma baixa nos preços do grão no decorrer dos meses de maio e junho. O quadro que se desenhava, com prejuízos e dificuldades de escoamento do milho no Centro-Oeste, foi revertido com a quebra de safra dos Estados Unidos. Assim, passou-se da abundância para a escassez de milho em algumas regiões no país, impactando diretamente a avicultura e a suinocultura, com a alta considerável dos seus principais insumos. Tal situação jogou novamente luz sobre a precariedade da logística de transporte no país. 

A região Centro-Oeste produziu 25 milhões de toneladas de milho na segunda safra de 2012, um aumento de 87,7% em relação ao ano anterior. O estado do Mato Grosso foi o grande responsável por esse aumento, colhendo 15 milhões de toneladas, quantidade 107% superior à do ano anterior. Se já não bastasse o aumento dos preços de transporte que se esperaria pelo aumento de demanda para escoar essa produção, em 17 de junho passou a vigorar a Lei 12.169/2012, que regulamenta a profissão de motorista. A nova lei determina que o motorista profissional trabalhe no máximo dez horas diárias ao volante e descanse 30 minutos a cada quatro horas. O resultado dessa nova realidade dos transportes no Brasil fez com que, somente no mês de agosto, o frete de Sorriso (MT) para o Porto de Paranaguá (PR) subisse 19,5%. O valor de R$ 245,00 no início de setembro é 60% superior ao do respectivo período em 2011. A dificuldade da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em contratar serviços de transporte dos seus estoques de milho no Centro-Oeste para as regiões Sul e Nordeste exemplifica um pouco o caos instalado no escoamento de grãos no Brasil, que gera escassez em momento de grande disponibilidade interna. 



Dentre os grandes países produtores de milho, os custos de produção no Brasil na média são menores do que nos demais players, mas os gastos com transporte oneram consideravelmente o escoamento agrícola da grande região produtora, que é o Centro-Oeste. Há a expectativa de que, em poucos anos, a China se tornará o maior importador mundial de milho, superando o Japão, e comprará mais de 20 milhões de toneladas do grão por ano. Assim, comparar os custos de se transportar o milho é uma forma de analisar os países que têm melhores condições de suprir esse mercado. 

Segundo estudo da CentroGrãos (Central de Comercialização de Grãos), da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso, o custo de transporte de Santos para a China, U$45/t, é inferior ao observado em Rosário-Argentina para o mesmo destino, U$66/t, e de Nova Orleans-EUA também para a China, U$46/t, onde estão localizados portos de dois dos nossos maiores concorrentes. Sem considerar as dificuldades de armazenagem e as conhecidas filas de carregamento, um dos problemas do Brasil é levar grãos aos portos. Esse mesmo estudo ressalta que o transporte de milho de Sorriso-MT para Santos-SP fica em U$130/t, enquanto que o transporte da grande região produtora de Córdoba para Rosário, na Argentina, não sai por mais de U$36/t, apesar de também ser feito por via rodoviária. Os custos de transporte nos Estados Unidos, que possuem dimensões continentais como o Brasil, são ainda menores. O trajeto Illinois-Nova Orleans é feito por via hidroviária ao custo de apenas U$25/t. Ao contrário do Brasil e da Argentina, que utilizam a rodovia como principal matriz de transporte, nos Estados Unidos o transporte de carga é feito basicamente por hidrovia, 60% do total, e ferrovia, 35% do total. Por ser um país menor, a Argentina sofre menos com os altos custos rodoviários quando comparado com o Brasil, mas a questão é que esses dois países usam modais inadequados para o transporte de grãos. Segundo a CNT (Confederação Nacional do Transportes), no Brasil, o segmento rodoviário é responsável por 61,1% da carga transportada, tendo como agravante o nosso baixo percentual de estradas pavimentadas. Apenas 260 mil quilômetros de rodovias são pavimentadas, frente a um universo de 1,6 milhão quilômetros de estradas. Esse percentual de pavimentação chega ser quatro a cinco vezes menor do que o observado nas outras potências emergentes do chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). 

Iniciativas - Para mudar esse quadro, o governo brasileiro vem mostrando interesse de investir em novos sistemas de logística, como hidrovias. Para tanto, ressuscitou um plano da década de 1990, a hidrovia Tapajós-Teles Pires, que permitirá escoar a produção de grãos do Mato Grosso para o mar aberto pelos portos de Santarém e de Itaituba, ambos no Pará. O Ministério dos Transportes coloca como prioridade a instalação de eclusas (mecanismos para transposição de níveis dos rios) que permitam a navegação de carga na hidrovia e, em maio de 2012, sinalizou que disponibilizaria R$2 bilhões para a construção de quatro. Segundo a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), com a hidrovia, o custo de transporte da tonelada de grãos cairia de R$227 para R$60. A queda acentuada nos custos de transporte permitiria uma economia anual no patamar de R$2 bilhões. Há quem diga que essa hidrovia faria com que os rios Teles Pires e Tapajós adquirissem a mesma importância que o Mississipi tem para os Estados Unidos. 

Devido à importância e o potencial de impacto econômico, é de se estranhar que o projeto da hidrovia Tapajós-Teles Pires nunca tenha saído do papel. Na verdade, o projeto nunca chegou ao papel, pois somente em setembro de 2012 ocorreria a licitação para o estudo de viabilidade econômica, que faria as projeções dos gastos da obra. Ou seja, apesar de já haver estimativas sobre a economia que a hidrovia proporcionará, ainda não se sabe quanto a mesma custará. Infelizmente, a licitação ainda não ocorreu, pois foi adiada a pedido do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Apesar do referido Departamento não ter se pronunciado sobre as razões do pedido de adiamento, fontes indicam que o custo de R$14 milhões previsto para o projeto foi considerado baixo pelos interessados em concorrer na licitação. A inexistência de um projeto não é o único entrave à construção da hidrovia, pois há uma série de outros conflitos, como proibições judiciais para estudos e até complicações pelo fato de que parte do trecho passa por uma reserva indígena. Além disso, têm ocorrido alguns desentendimentos entre o setor de energia e o Ministério dos Transportes no que tange ao aproveitamento hidroelétrico em vários pontos da futura hidrovia. O problema é que a adequação das usinas hidroelétricas ao projeto de hidrovia pode atrasar o cronograma já existente no Plano Nacional de Energia 2030, o que é mais um nó para o governo desatar. 

Outra importante via potencial de escoamento dos grãos do Centro-Oeste é a Ferrovia Norte-Sul. Quando concluída, passará pelos estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, alcançando quase 2.000 km de extensão. O início das obras da ferrovia data de 1987 e ainda não há previsão de término (embora já tenha chegado ao estado de Goiás), algo inadmissível para empreendimento tão importante para o desenvolvimento do país. O fato de estar parcialmente construída não implica em que ela esteja sendo usada em seu potencial, mesmo nos trechos já terminados. Uma série de obras nas vias secundárias de alimentação de cargas e de infraestrutura de embarque a granel ainda é necessária. Felizmente, as obras foram impulsionadas com a concessão da ferrovia à Vale em 2007. A Vale Logística (VLi), criada em 2011, tem utilizado a infraestrutura da Ferrovia Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, que se cruzam em Açailândia (MA), para escoar não apenas minério de ferro, mas também grãos até o Porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão. A intenção da empresa é, pelo menos, dobrar o escoamento de grãos pela sua malha ferroviária, que até recentemente ficava na casa de 50 mil toneladas por mês. 

O setor privado tem adquirido consciência de que também precisa participar mais ativamente no entendimento e na solução de problemas. Pensando nisso, entidades dos setores agropecuário, industrial, comercial e da sociedade civil organizada de Mato Grosso criaram o Movimento Pró-Logística em 2009, que objetiva realizar estudos e acompanhar investimentos que possibilitem solucionar os problemas logísticos do estado. Uma das primeiras ações do movimento foi eleger a Hidrovia Teles Pires–Tapajós, a Ferrovia Centro-Oeste, as BRs 163, 242 e 158 como projetos de máxima importância. Em 2012, o estudo intitulado "Corredores Estaduais do Agronegócio" elegeu 120 trechos de rodovias estaduais que são fundamentais para o escoamento da produção de grão dos estados, dos quais 21 foram indicados para os investimentos imediatos, que necessitariam de um aporte de R$82 milhões do governo do estado. 

A maior parte da movimentação que vem sendo feita para melhorias logísticas tem como foco o escoamento da produção para exportação. Entretanto, não se pode esquecer o desabastecimento interno recorrente em algumas regiões do país. O Nordeste, que é sistematicamente deficitário na produção e no consumo de milho, tem recebido pouca atenção nos projetos de logística de transporte. Demandam-se melhorias na hidrovia do São Francisco, que pode transportar milho para Pernambuco (grande consumidor), e na BR-020, via de escoamento da produção de milho de Goiás para o Ceará e que possui trechos nãos asfaltados. 

Iniciativas como o Movimento Pró-Logística são importantes não apenas por auxiliarem o governo no direcionamento dos seus investimentos, como também por criarem um movimento de pressão para que as obras sejam feitas e não tenhamos que conviver décadas com a presença indesejável dos referidos problemas. Muito se fala do potencial brasileiro para se tornar o celeiro do mundo. Mas do que adianta produzir se não temos como transportar a produção? A super safra de grãos 2012 está aí para nos dar uma lição; resta saber o que aprenderemos da mesma. 

Fonte: Boletim Informativo do Centro de Inteligência do Milho - Ano 5 - Edição 53 - Outubro de 2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Syngenta avança com sua estratégia para alta qualidade em milho



A Syngenta e algumas das maiores cooperativas e indústrias de produção de aves e suínos realizaram em Londrina, no Paraná, a primeira reunião do Conselho QualiTOP. A formação deste grupo é um desdobramento do 1º Fórum de Qualidade de Grãos, evento desenvolvido pela Syngenta dia 27 de junho, em Foz do Iguaçu (PR). Naquela ocasião, a empresa lançou sua estratégia para melhoria da qualidade de grãos para 22 cooperativas e indústrias, sendo que dez foram indicadas como membros do QualiTOP.
O Conselho atua como instância capaz de catalisar, validar e implementar as ações necessárias para vencer os desafios que envolvem a melhoria da qualidade do milho no Brasil.'O milho é o principal insumo da ração utilizada na avicultura e na suinocultura, atividades que respondem pelo consumo de aproximadamente 70% de toda produção nacional desse grão. No encontro de Foz do Iguaçu foi ressaltada a dimensão do problema da má qualidade e, em Londrina, por meio do Conselho, o foco foi a sistematização da oferta integrada das soluções da Syngenta para os milhares de agricultores representados pelas cooperativas: informações técnicas e conjunturais, definição de estratégias e disponibilização dos portfólios, desde o germoplasma de sementes, passando por biotecnologia de ponta, até a proteção de plantas e serviços inovadores', afirma Leandro Santos, gerente de Marketing Estratégico para Milho Brasil da Syngenta.
A programação de Londrina incluiu comunicações e dinâmicas de grupo, formato que fez surgir contribuições ao projeto de melhoria de qualidade de grãos, além de promover debates e posteriores deliberações sobre os caminhos mais adequados a seguir. O encontro garantiu ainda que as soluções possam ser executadas em escala nacional, adequando-se às particularidades dos sistemas produtivos locais. 'A iniciativa do QualiTOP é inédita e muito oportuna, pois a cadeia do milho tem de se adequar às exigências de qualidade impostas pela Instrução Normativa nº 60, do Governo Federal, em vigor desde 1º de julho. Percebi, em Londrina, que os presentes se mostraram comprometidos e muito otimistas em relação aos resultados que já começam a aparecer', diz Glauco Tironi Garcia, gerente de Qualidade e Produção da Integrada Cooperativa Agroindustrial, uma das sociedades que integram o Conselho.
O Conselho QualiTOP realizará duas reuniões anuais, em abril e em setembro. Além dos representantes das dez cooperativas, o grupo é formado por profissionais da Syngenta.

Fonte: Agrolink

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Plantio de soja no Brasil está atrasado, diz Céleres


 O plantio de soja no Brasil avançou na última semana, mas está atrasado em relação a anos anteriores em função da chegada de chuvas depois do que era previsto pelos produtores, disse na segunda-feira (22) a consultoria Céleres.

Da área projetada para a oleaginosa na temporada 2012/13, agricultores tinham semeado 15 por cento até a última sexta-feira, abaixo da média dos últimos cinco anos, de 18 por cento, para o período. O índice também é menor do que o registrado em 21 de outubro de 2011, quando o cultivo já havia sido realizado em 21 por cento das lavouras.

''As chuvas chegaram um pouco mais tarde que o esperado e com isso o ritmo de plantio está aquém do que os produtores esperavam. Isso vale para Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul'', disse à Reuters Anderson Galvão, diretor da Céleres.

Na comparação com a semana até 12 de outubro, o plantio avançou 6 pontos percentuais.

O Paraná é o Estado mais avançado no plantio em termos percentuais, atingindo 31 por cento. Mato Grosso vem logo atrás, com 24 por cento da semeadura realizada.

O Rio Grande do Sul, terceiro Estado produtor após Mato Grosso e Paraná, ainda não registra plantio de soja, segundo a Céleres, ao contrário do mesmo período de 2011, quando 10 por cento das lavouras estavam semeadas, ajudadas naquele momento por chuvas que chegaram mais cedo que neste ano.

''Na soja, não existe preocupação (em função do atraso)'', disse Galvão, referindo-se a fatores agronômicos.

Um bom ritmo de plantio pode garantir que a soja chegue o quanto antes ao mercado, num momento em que compradores estão ávidos pela matéria-prima, em função do aperto na oferta global após quebras nas últimas safras de Brasil, Argentina e Estados Unidos.

A semana começa com chuva forte no extremo sul do Brasil e apenas com chuvas isoladas no Centro-Oeste, segundo a Somar Meteorologia.

MILHO

Por outro lado, o consultora afirma que, se o atraso persistir, aumentam os riscos para o milho Safrinha, que é semeado imediatamente após a colheita da soja.

''Quanto mais postergar, maior risco climático'', disse ele, referindo-se ao Centro-Oeste.

Já o plantio da safra de milho de verão do período 2012/13 avançou na última semana no Brasil, segundo a Céleres, e está acima do registrado em 2011.

Segundo a consultoria, já foi plantada 37,5 por cento da área prevista para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, contra 31 por cento na semana anterior e ante 35,4 por cento no mesmo período de 2011.

COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA

Em relação à comercialização da soja, a última semana não registrou avanços, disse a consultoria.

A safra 2011/12, que já foi colhida, permaneceu com o índice de negociação de 99 por cento, acima dos 93 por cento no mesmo período do ano passado.

Já a soja da safra 2012/13, que está sendo plantada, manteve o índice de vendas de 47 por cento, ainda bem acima dos 31 por cento de comercialização registrados a esta altura de 2011.

(Por Gustavo Bonato)

Fonte:  http://br.reuters.com/

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Aumento da área plantada com soja contribui para safra recorde de grãos

CONAB divulgou a primeira estimativa da safra 2012/2013.
Produção de grãos pode chegar a 182 milhões de toneladas.



G1 - O Portal de notícia da Globo

A CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento, divulgou a primeira estimativa da safra 2012/2013. Os números apontam um recorde na produção de grãos. Segundo a companhia, a produção de grãos pode chegar a 182 milhões de toneladas, com aumento de 10% em relação à colheita passada.
A safra recorde se deve principalmente à soja. De todos os grãos, a produção da soja é a única que deve crescer em área plantada com 27 milhões de hectares, ou seja, 9% a mais do que na safra anterior. A previsão é também de uma produção recorde de soja, podendo alcançar quase 83 milhões de toneladas. O motivo é que o preço do grão está em alta no mercado.
“Basicamente, por questão de quebra de safra. Nós tivemos na safra 2011/2012 primeiro uma quebra no Brasil e na Argentina por questão de seca. Depois, a grande quebra de safra americana. Os Estados Unidos tiveram uma seca nunca vista e uma quebra de safra muito grande. Isso fez com que os preços subissem para patamares muito altos”, diz Edilson Guimarães, diretor de comercialização do Ministério da Agricultura.
O levantamento mostra ainda que a colheita de milho e feijão deve crescer um pouco porque a do ano passado foi muito prejudicada pela seca no Sul e Nordeste do país. Por outro lado, a área da primeira safra de milho e feijão pode reduzir 6%. Os produtores estão preferindo plantar soja, inclusive os agricultores familiares, o que preocupa a CONAB.
“No momento em que o agricultor faz essa opção, o risco é ele não retornar para os produtos mais tradicionais, ou seja, ele acabar se especializando e também adotando o próprio modelo do agronegócio na unidade familiar. Eu acho que isso é muito ruim porque passa a ser cada vez mais um processo de especialização da produção vinculado a um único produto que lá na frente, quando tiver, por ventura, uma queda de preço. Isso coloca em risco, inclusive, a própria manutenção da atividade produtiva”, diz Sílvio Porto, diretor de política agrícola da CONAB.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Valor das vendas do complexo soja aumenta 15,8% no ano


Produtos do setor responderam por 32,5% dos US$ 71,25 bilhões exportados pelo agronegócio entre janeiro e setembro.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


As exportações brasileiras agropecuárias aumentaram 0,5% entre janeiro e setembro deste ano em relação aos mesmos meses de 2011, alcançando US$ 71,25 bilhões e saldo comercial de US$ 59,22 bilhões, ante US$ 58,05 bilhões do ano anterior. O complexo soja foi o principal responsável pela elevação, apresentando alta de 15,8% no período. As vendas desse setor chegaram a US$ 23,19 bilhões ou 32,5% do total exportado pelo agronegócio.
O preço médio das exportações da soja em grão apresentou alta de 6,4% e o farelo de soja, 7,5%. O único produto do complexo que teve retração no preço foi o óleo, com queda de 5,1%.
O segundo lugar em vendas foi o setor de carnes, que acumulou US$ 11,41 bilhões até setembro, mas com queda de 1,3% sobre o mesmo período do ano passado. A explicação é a queda do preço da tonelada, de 4,9%, pois a quantidade exportada aumentou 3,9%. A bovina foi a que apresentou a maior elevação, de 5% no valor e 9,8% no quantum embarcado. Em seguida, a suína registrou expansão de 1,8% no valor e 8,9% na quantidade, enquanto a de frango teve queda de 5,9% no valor e alta de 1,2% em relação ao volume.
Quanto ao complexo sucroalcooleiro, terceiro em valor de negócios, destaque para o álcool, que registrou incremento tanto na quantidade embarcada quanto no preço médio de venda de 42,6% e 2,5%, respectivamente, resultando no montante 46,2% superior de US$ 1,33 bilhão. Outros dois destaques positivos em valor foram as vendas de milho, com alta de 43,6%, e de algodão, com elevação de 76,8%.
A Ásia foi o principal destino dos produtos brasileiros até setembro, atingindo US$ 26,76 bilhões ou uma participação de 37,6% de todo valor exportado pelo Brasil. Entre os países, a China aumentou seu market share de 18,8% para 22,3% de todo valor exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio, com a expansão de 18,9%. Outros países que aumentaram as aquisições foram o Egito (+34,5%), Coréia do Sul (+31,7%), Tailândia (+30,9%), Hong Kong (+10,2%), Reino Unido (+6,2%), Bélgica (+4,4%) e Estados Unidos (+3,3%).
A balança comercial do agronegócio foi elaborada pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a partir dos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic).
Confira a nota na íntegra da Balança Comercial do Agronegócio
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/10755_nota_09_-_2012.doc
Acesse a tabela do resultado de setembro e o acumulado do ano (janeiro a setembro)
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/10756_09.2012_-_bc_resumida.xls

Alerta Agroclimático


Nuvens carregadas são observadas no extremo sul do Brasil, bem na divisa entre o Rio Grande do Sul e Uruguai.



Nuvens carregadas são observadas no extremo sul do Brasil, bem na divisa entre o Rio Grande do Sul e Uruguai, com isso há previsões de chuvas fortes com altos volumes acumulados, passando dos 30 mm para essa segunda feira (08)em quase todas as regiões produtoras do Rio Grande do Sul, contudo essas chuvas previstas irão aumentar os prejuízos nas lavouras de trigo que já sofrem fortes impactos pelas intempéries climáticas ocorridas nessas últimas semanas, além de que os produtores não poderão ir a campo para realizar os trabalhos de plantio e nem mesmo o de replantio das áreas perdidas de milho.

Nas demais regiões produtoras, como o Centro-oeste, não há previsões de chuvas generalizadas, porém devido as áreas de instabilidade que estão sobre a região nada impede que ocorram chuvas isoladas, o que possibilitará o avanço no plantio da soja. Mas ainda não é uma condição ideal.

No decorrer da semana há previsões de chuvas sobre quase todas as regiões produtoras da região centro-sul do Brasil, devido ao avanço de uma frente fria. Contudo, os volumes ainda serão baixos, mas já o suficiente para proporcionar condições ideais para o plantio da nova safra de grãos em todas essas regiões. Na Bahia, as chuvas deverão chegar somente depois do dia 15/10, mas condições ideais mesmo para o plantio, somente no final do mês.

Essas chuvas também serão benéficas para a manutenção e elevação da umidade do solo e isso irá beneficiar o pegamento da florada do café, que vem ocorrendo desde meados da semana passada, além de dar condições para a florada da laranja. Mas por outro lado, irá inviabilizar os trabalhos de colheita da cana de açúcar. Dessa maneira, já se pode dizer que realmente o regime de chuvas chegou e deverá se manter frequente de agora em diante.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Área plantada de milho na Argentina deve cair 10% em 2012/2013

Com chuvas recentes no cinturão agrícola do país, algumas das terras mais baixas podem estar úmidas demais.



A área plantada total de milho da Argentina deve cair 10% em 2012/2013, para pouco mais de 4 milhões de hectares, projetou a Bolsa de Grãos de Rosário nesta terça-feira (25/9). A estimativa é a primeira divulgada pela bolsa para este ciclo.

Em 6 de setembro, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires havia divulgado uma previsão de que a área cultivada com milho em 2012/2013 deveria chegar a 3,4 milhões de hectares, queda de 12% em relação ao ano anterior.

O plantio de milho está começando e chuvas recentes no cinturão agrícola do país devem melhorar as condições de cultivo. Segundo a Bolsa de Rosário, em muitas áreas o rendimento tem potencial para atingir novos recordes. No entanto, algumas das terras mais baixas podem estar úmidas demais, destacou a instituição.

Os preços elevados do milho devido à seca nos Estados Unidos fizeram que muitos produtores argentinos avaliassem o plantio do cereal. A Argentina é o segundo maior exportador mundial de milho, depois dos Estados Unidos.

Fonte: Globo Rural, 25 de setembro

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Companhias dos EUA fecham compras de 750 mil t de milho do Brasil

 

 A produtora de suínos Prestage Farms e outras duas companhias criadoras de animais na Carolina do Norte fecharam acordos para importar 750 mil toneladas de milho do Brasil, disse o vice-presidente de uma das empresas norte-americanas envolvidas no negócio, John Prestage.

As importações realizadas por meio de companhias multinacionais do agronegócio, como a Bunge e a Archer Daniels Midland, são as maiores já registradas e ocorrem após a pior seca nos EUA em mais de meio século, que afetou as lavouras norte-americanas de grãos.

"Com a secura aumentando, nós começamos a pensar 'É melhor nós começarmos a buscarmos alternativas ao nosso redor'. Então, nós realmente começamos a entrar em contato com nossos contatos na América do Sul", disse Prestage em entrevista à Reuters.

A empresa de Prestage é familiar e está entre as cinco maiores do segmento de suínos.

Essa foi a primeira confirmação oficial de rumores de que empresas dos EUA iriam importar até 1 milhão de toneladas de milho do Brasil.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projeta que as importações norte-americanas de milho atinjam um recorde de 1,9 milhões de toneladas no ano comercial a terminar em 31 de agosto de 2013.

Produtores do sudoeste dos EUA, anos atrás, importaram grãos da Grã-Bretanha. Mais recentemente, indústrias de ração para gado do Texas importaram trigo do Canadá em agosto.

Os Estados Unidos são os maiores exportadores de milho, soja e trigo do mundo, mas a seca reduziu a produção deste ano de milho para seu menor volume em seis anos.

À medida que o clima ficou quente e seco, Prestage disse que ele e sua família mudaram a alimentação de seus animais para o trigo, principalmente trazido do Canadá.

Mas em junho eles e outros produtores de gado da região perceberam que as previsões do governo norte-americano, de uma abundante colheita de milho no país, não seriam realizadas, e iniciaram os preparativos para importar milho da América do Sul.

O milho importado está previsto para chegar em 15 cargas de aproximadamente 50 mil toneladas cada nos próximos seis meses, com a primeira programada para chegar no porto de Wilmington, na Carolina do Norte, na próxima semana.

MAIS IMPORTAÇÕES POSSÍVEIS

Segundo Prestage, as compras foram feitas em conjunto, envolvendo a empresa de sua família, a Murphy-Brown LLC, uma subsidiária da Smithfield Foods Inc, e a empresa avícola Nash Johnson & Sons' Farms Inc.

As três empresas são parceiras da Wilmington Bulk LLC, uma instalação de importação e exportação de grãos e commodities do porto de Wilmington.

Ele disse que as empresas estão tentando comprar mais milho e outros grãos para ração da América do Sul e outras fontes.

Dave Witter, gerente de sustentabilidade empresarial e comunicações da House of RaeFord Farms --uma cooperativa avícola da qual a Nash Johnson & Sons é membro-- confirmou as compras do milho brasileiro nesta quarta-feira.

Ele disse que a empresa estava explorando futuras importações de farelo de soja.

Um porta-voz da Smithfield declinou comentar.

A produtora de frangos Pilgrims Pride Corp, cuja dona majoritária é a produtora brasileira de carnes JBS SA, disse no início deste verão que pretendia importar milho brasileiro.

John Prestage disse que a Prestage Farms cria 170 mil suínos e 15 milhões de perus que, no total, consomem 50 milhões de bushels (1,27 milhão de toneladas) de milho por ano.

Prestage disse que, atualmente, os custos para importar milho do Brasil estão cerca de 5 por cento mais baixos do que transportar os grãos do Meio-Oeste norte-americano.

Produtores de carnes e aves da Carolina do Norte e de estados vizinhos dependem principalmente de envios ferroviários de grãos para ração do Meio-Oeste.

A Carolina do Norte é o Estado com a segunda maior produção de suínos dos EUA, mas ocupa a 22a posição no ranking de produção de milho no país.

Prestage disse que sua empresa nunca dependeu desse volume de importação de grãos. Que essa situação o deixa nervoso, apesar de os funcionários da Bunge e da ADM tentarem acalmá-lo.

"Eles afirmam que está tudo bem", ele disse, mas acrescentou que "cada embarcação é uma dúvida" até que atraque no porto.

Copyright Thomson Reuters 2011

Fonte: R7, 26 de setembro

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Clima “torra” lavouras de grãos dos EUA

(Não deixe de assistir a reportagem apresentada na Rede Globo no Jornal Nacional dia 09/08/2012)

Após uma largada espetacular, digna de causar inveja a qualquer agricultor, a produção de soja e milho dos Estados Unidos está se transformando em um martírio para os norte-americanos e espalhando tensão pelo mundo. O clima quente e seco que assola a principal região produtora do país, localizada no Meio-Oeste e conhecida como Corn Belt (cinturão do milho, em inglês), tem cozinhado as plantações a cada semana, colocando em risco o abastecimento global das duas commodities agrícolas mais consumidas atualmente(clique aqui e leia mais).

O panorama levou mais de mil condados em 26 estados a decretarem situação de emergência, conforme a imprensa norte-americana. “A estiagem que hoje castiga os Estados Unidos é mais ampla que a registrada em 1988, ano que trouxe enormes prejuízos para a agricultura do país”, avalia Alexandre Aguiar, da MetSul. “É incrível como tudo ficou seco. Alguns produtores nem devem conseguir colher os produtos”, disse à reportagem Jeff Caldwell, editor do Agriculture.com, um dos sites mais populares do setor nos Estados Unidos.

O caldeirão em que se transformou o Meio-Oeste ao longo do último mês fez os preços da soja e do milho dispararem nos pregões norte-americanos e, consequentemente, no Brasil. Em Paranaguá, a saca de 60 quilos da oleaginosa renova recordes de preços quase diariamente por conta da falta de produto disponível – resultado da quebra da última safra de verão. “Não havia ninguém no mercado ontem, nem para comprar nem para vender. Todos estão observando os movimentos em Chicago”, relata Steve Cachia, analista da Cerealpar. Levantamento da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab) calcula que o preço médio da soja foi de R$ 65,96 no estado, com alta de 0,18% no dia.

Diagnóstico

Produção de milho deve ser a menor da última década

A pior seca dos últimos 24 anos no Meio-Oeste dos Estados Unidos já levou mais de 50 milhões de toneladas de grãos dos produtores norte-americanos. O diagnóstico foi feito pelo USDA, o departamento de Agricultura do país, em relatório divulgado ontem. Segundo o órgão, que até o mês passado esperava rendimento recorde, o milho deve ter neste ano o pior resultado por hectare da última década. Em apenas um mês, a estimativa de produtividade recuou 12%. Foi o maior corte mensal já promovido pelo departamento desde 1973, quando o relatório de oferta e demanda mundial começou a ser publicado. Com 21 sacas a menos por hectare, a produção total de milho do país deve somar 329,4 milhões de toneladas, 46,3 milhões a menos que o projetado em junho. A soja também sofreu reduções drásticas em suas estimativas. Em um mês, perdeu 4,2 milhões de toneladas e agora tem produção estimada em 83 milhões de toneladas. Se as duas sacas por hectare a menos forem confirmadas, o produto terá o seu pior rendimento dos último cinco anos. No ciclo passado, os Estados Unidos colheram 83,2 milhões de toneladas de soja e 313,9 milhões de toneladas de milho. Foi o segundo tombo consecutivo sofrido pelo país, que neste ano tende a aumentar sua coleção de quebra de safra. 50,5 milhões de toneladas

É o tamanho da quebra provocada pela estiagem que afeta o Hemisfério Norte nesta temporada. O volume de perdas com soja e milho equivale ao dobro da quebra de safra registrada em toda a América do Sul no último verão.

No caso do milho, os preços internos ainda não acompanham as valorizações da Bolsa de Chicago por causa do quadro de oferta recorde do produto no Brasil. “Estamos em plena colheita, mas, assim que os importadores de milho, especialmente os asiáticos, se derem conta de que a safra nos Estados Unidos não vai poder atender às expectativas iniciais, eles começam a olhar para o produto brasileiro”, afirma Cachia.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu o mercado ontem ao realizar cortes de produtividade da safra atual além do esperado. Mesmo assim, a soja fechou o dia em queda, valendo US$ 16,28 por bushel (o equivalente a US$ 31,81 por saca), com base no primeiro contrato. O milho teve baixa de 23 pontos em relação à sessão de terça-feira e terminou o dia cotado a US$ 7,38 por bushel (US$ 17,31 por saca). “O USDA admitiu que é grave a situação do país e isso preocupa os compradores lá fora, que muitas vezes preferem ‘embolsar’ os lucros dos dias anteriores [através das vendas de contratos]”, explica Cachia.

Daqui para frente, a intensa volatilidade deve continuar acompanhando as commodities no mercado internacional, mas a tendência geral de preços ainda é positiva. “No milho, está claro que o prejuízo será grande, mas a soja pode sofrer ainda mais”, aposta o especialista. O comportamento do clima no cinturão de produção norte-americano deve ser o principal fator influente sobre os preços e, quanto a isso, “não há perspectivas de que o clima vá melhorar”, aponta Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo ele, há pre­­visão de chuvas para os próximos dias, mas em volumes abaixo do normal.

Fonte: Cenário MT, 12 de julho

Aplicativo da FMC permite identificar doenças e pragas nas lavouras

FMC Agrícola Brasil” conta com maior acervo de imagens agrícolas do Brasil, informações dos produtos e vídeos técnicos

Agrolink

De maneira inovadora e tecnológica, a FMC Agricultural Products, facilitará o dia a dia da comunidade rural, parceiros, jornalistas e interessados no agronegócio com o lançamento do seu mais novo aplicativo para tablet e celular “FMC Agrícola Brasil”.
O software possibilita e auxilia na identificação das plantas infestantes, pragas e insetos nas lavouras por meio de todo o acervo de manuais técnicos completos produzidos e elaborados pela FMC e pesquisadores e especialistas parceiros. “De forma simples e dinâmica, os produtores poderão definir corretamente, as doenças e pragas nas lavouras, tornando o dia a dia mais rentável e produtivo. O “FMC Agrícola Brasil” está disponível gratuitamente na App Store e no Android Market.”, destaca a gerente de comunicação da FMC, Fernanda Teixeira.
Além disso, o aplicativo disponibiliza também ao navegador o maior acervo de imagens agrícolas de todo o Brasil, todas as informações da FMC como vídeos e materiais técnicos de produtos, coletâneas, a Revista FMC Square, além de todo o conteúdo exclusivo e ferramentas interativas. “Tudo isso com um simples toque de dedo. Queremos mais uma vez a FMC perto de todos os seus públicos para escutá-los e sempre atendê-los com qualidade e inovação”, destaca Teixeira.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CNA aconselha cautela aos sojicultores que vão ampliar área de cultivo

O Brasil deve colher pouco mais de 81 milhões de toneladas de soja na safra agrícola 2012/2013

Agência Brasil

O Brasil deve colher pouco mais de 81 milhões de toneladas de soja na safra agrícola 2012/2013, que começará a ser plantada no mês que vem para colheita no início de 2013. Será um acréscimo de 23% em relação às 65,5 milhões de toneladas da safra anterior, impulsionado pela alta de mais de 100% do produto. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entretanto, adverte que os preços não devem se manter.
A alta da soja no mercado mundial é provocada pela seca no Meio-Oeste norte-americano, de acordo com o vice-presidente de Finanças da CNA, José Mário Schreiner. Ele adverte, porém, que “é preciso muita cautela na hora de dimensionar o aumento da área a ser plantada com soja para aproveitar o bom momento de preços internacionais da soja”, uma vez que a tendência é de recuperação da produção dos Estados Unidos.
Além do mais, o dirigente disse que a elevação de preços em decorrência da quebra de safra norte-americana já aconteceu e pode até se sustentar até a próxima colheita brasileira, mas a safra brasileira que virá maior concorrerá para possível redução de preços, juntamente com maior safra também na Argentina – terceiro maior produtor mundial.
A redução de colheita nos EUA é extensiva também ao milho, cuja produção foi de 313,9 milhões de toneladas na safra passada, e o próprio Departamento de Agricultura (Usda, na sigla em inglês) estima quebra em torno de 40 milhões de toneladas. Situação que também favorece o produtor brasileiro, que na safra 2011/2012 colheu 69 milhões de toneladas, para consumo interno de 54 milhões de toneladas. Do excedente, dois terços foram exportados e o resto entrou na composição de estoques oficiais.
A cotação internacional, fixada pela Bolsa de Chicago, também aumentou no caso do milho. Só que, de forma mais modesta, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O preço histórico do milho deveria custar entre R$ 23 e R$ 26 nesta época do ano, mas já ultrapassa R$ 35 em algumas regiões do país, em decorrência da seca nos EUA. Apesar disso, o agricultor brasileiro priorizou o aumento da área de cultivo para a soja, enquanto as lavouras de milho serão mantidas no mesmo patamar.
A alta dos preços de commodities agrícolas já fortaleceu a carteira de encomendas externas de fertilizantes e pressionou um pouco os preços de alimentos agropecuários no mercado interno, com repercussão no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A elevação dos preços de soja e milho, muito utilizados na ração de animais e aves, aumentou os custos de produção de suínos e frangos em mais de 30%, depois da seca no Meio-Oeste dos EUA.
A pressão inflacionária, no caso brasileiro, só não é maior porque nossa produção de soja e de milho garante o abastecimento interno e ainda sobra para exportações, segundo Schreiner. O país, entretanto, sempre sofre influências de fora porque a produção de etanol de milho, nos EUA, tem sido o principal fator de formação de preços do milho, da soja e do trigo. Além disso, particularmente o mercado de grãos de soja é balizado pela China, que absorveu 57 milhões de toneladas (64%) de todas as exportações do produto no ano passado.