sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Clima “torra” lavouras de grãos dos EUA

(Não deixe de assistir a reportagem apresentada na Rede Globo no Jornal Nacional dia 09/08/2012)

Após uma largada espetacular, digna de causar inveja a qualquer agricultor, a produção de soja e milho dos Estados Unidos está se transformando em um martírio para os norte-americanos e espalhando tensão pelo mundo. O clima quente e seco que assola a principal região produtora do país, localizada no Meio-Oeste e conhecida como Corn Belt (cinturão do milho, em inglês), tem cozinhado as plantações a cada semana, colocando em risco o abastecimento global das duas commodities agrícolas mais consumidas atualmente(clique aqui e leia mais).

O panorama levou mais de mil condados em 26 estados a decretarem situação de emergência, conforme a imprensa norte-americana. “A estiagem que hoje castiga os Estados Unidos é mais ampla que a registrada em 1988, ano que trouxe enormes prejuízos para a agricultura do país”, avalia Alexandre Aguiar, da MetSul. “É incrível como tudo ficou seco. Alguns produtores nem devem conseguir colher os produtos”, disse à reportagem Jeff Caldwell, editor do Agriculture.com, um dos sites mais populares do setor nos Estados Unidos.

O caldeirão em que se transformou o Meio-Oeste ao longo do último mês fez os preços da soja e do milho dispararem nos pregões norte-americanos e, consequentemente, no Brasil. Em Paranaguá, a saca de 60 quilos da oleaginosa renova recordes de preços quase diariamente por conta da falta de produto disponível – resultado da quebra da última safra de verão. “Não havia ninguém no mercado ontem, nem para comprar nem para vender. Todos estão observando os movimentos em Chicago”, relata Steve Cachia, analista da Cerealpar. Levantamento da Secretaria Estadual de Agricultura (Seab) calcula que o preço médio da soja foi de R$ 65,96 no estado, com alta de 0,18% no dia.

Diagnóstico

Produção de milho deve ser a menor da última década

A pior seca dos últimos 24 anos no Meio-Oeste dos Estados Unidos já levou mais de 50 milhões de toneladas de grãos dos produtores norte-americanos. O diagnóstico foi feito pelo USDA, o departamento de Agricultura do país, em relatório divulgado ontem. Segundo o órgão, que até o mês passado esperava rendimento recorde, o milho deve ter neste ano o pior resultado por hectare da última década. Em apenas um mês, a estimativa de produtividade recuou 12%. Foi o maior corte mensal já promovido pelo departamento desde 1973, quando o relatório de oferta e demanda mundial começou a ser publicado. Com 21 sacas a menos por hectare, a produção total de milho do país deve somar 329,4 milhões de toneladas, 46,3 milhões a menos que o projetado em junho. A soja também sofreu reduções drásticas em suas estimativas. Em um mês, perdeu 4,2 milhões de toneladas e agora tem produção estimada em 83 milhões de toneladas. Se as duas sacas por hectare a menos forem confirmadas, o produto terá o seu pior rendimento dos último cinco anos. No ciclo passado, os Estados Unidos colheram 83,2 milhões de toneladas de soja e 313,9 milhões de toneladas de milho. Foi o segundo tombo consecutivo sofrido pelo país, que neste ano tende a aumentar sua coleção de quebra de safra. 50,5 milhões de toneladas

É o tamanho da quebra provocada pela estiagem que afeta o Hemisfério Norte nesta temporada. O volume de perdas com soja e milho equivale ao dobro da quebra de safra registrada em toda a América do Sul no último verão.

No caso do milho, os preços internos ainda não acompanham as valorizações da Bolsa de Chicago por causa do quadro de oferta recorde do produto no Brasil. “Estamos em plena colheita, mas, assim que os importadores de milho, especialmente os asiáticos, se derem conta de que a safra nos Estados Unidos não vai poder atender às expectativas iniciais, eles começam a olhar para o produto brasileiro”, afirma Cachia.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu o mercado ontem ao realizar cortes de produtividade da safra atual além do esperado. Mesmo assim, a soja fechou o dia em queda, valendo US$ 16,28 por bushel (o equivalente a US$ 31,81 por saca), com base no primeiro contrato. O milho teve baixa de 23 pontos em relação à sessão de terça-feira e terminou o dia cotado a US$ 7,38 por bushel (US$ 17,31 por saca). “O USDA admitiu que é grave a situação do país e isso preocupa os compradores lá fora, que muitas vezes preferem ‘embolsar’ os lucros dos dias anteriores [através das vendas de contratos]”, explica Cachia.

Daqui para frente, a intensa volatilidade deve continuar acompanhando as commodities no mercado internacional, mas a tendência geral de preços ainda é positiva. “No milho, está claro que o prejuízo será grande, mas a soja pode sofrer ainda mais”, aposta o especialista. O comportamento do clima no cinturão de produção norte-americano deve ser o principal fator influente sobre os preços e, quanto a isso, “não há perspectivas de que o clima vá melhorar”, aponta Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo ele, há pre­­visão de chuvas para os próximos dias, mas em volumes abaixo do normal.

Fonte: Cenário MT, 12 de julho

Aplicativo da FMC permite identificar doenças e pragas nas lavouras

FMC Agrícola Brasil” conta com maior acervo de imagens agrícolas do Brasil, informações dos produtos e vídeos técnicos

Agrolink

De maneira inovadora e tecnológica, a FMC Agricultural Products, facilitará o dia a dia da comunidade rural, parceiros, jornalistas e interessados no agronegócio com o lançamento do seu mais novo aplicativo para tablet e celular “FMC Agrícola Brasil”.
O software possibilita e auxilia na identificação das plantas infestantes, pragas e insetos nas lavouras por meio de todo o acervo de manuais técnicos completos produzidos e elaborados pela FMC e pesquisadores e especialistas parceiros. “De forma simples e dinâmica, os produtores poderão definir corretamente, as doenças e pragas nas lavouras, tornando o dia a dia mais rentável e produtivo. O “FMC Agrícola Brasil” está disponível gratuitamente na App Store e no Android Market.”, destaca a gerente de comunicação da FMC, Fernanda Teixeira.
Além disso, o aplicativo disponibiliza também ao navegador o maior acervo de imagens agrícolas de todo o Brasil, todas as informações da FMC como vídeos e materiais técnicos de produtos, coletâneas, a Revista FMC Square, além de todo o conteúdo exclusivo e ferramentas interativas. “Tudo isso com um simples toque de dedo. Queremos mais uma vez a FMC perto de todos os seus públicos para escutá-los e sempre atendê-los com qualidade e inovação”, destaca Teixeira.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CNA aconselha cautela aos sojicultores que vão ampliar área de cultivo

O Brasil deve colher pouco mais de 81 milhões de toneladas de soja na safra agrícola 2012/2013

Agência Brasil

O Brasil deve colher pouco mais de 81 milhões de toneladas de soja na safra agrícola 2012/2013, que começará a ser plantada no mês que vem para colheita no início de 2013. Será um acréscimo de 23% em relação às 65,5 milhões de toneladas da safra anterior, impulsionado pela alta de mais de 100% do produto. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entretanto, adverte que os preços não devem se manter.
A alta da soja no mercado mundial é provocada pela seca no Meio-Oeste norte-americano, de acordo com o vice-presidente de Finanças da CNA, José Mário Schreiner. Ele adverte, porém, que “é preciso muita cautela na hora de dimensionar o aumento da área a ser plantada com soja para aproveitar o bom momento de preços internacionais da soja”, uma vez que a tendência é de recuperação da produção dos Estados Unidos.
Além do mais, o dirigente disse que a elevação de preços em decorrência da quebra de safra norte-americana já aconteceu e pode até se sustentar até a próxima colheita brasileira, mas a safra brasileira que virá maior concorrerá para possível redução de preços, juntamente com maior safra também na Argentina – terceiro maior produtor mundial.
A redução de colheita nos EUA é extensiva também ao milho, cuja produção foi de 313,9 milhões de toneladas na safra passada, e o próprio Departamento de Agricultura (Usda, na sigla em inglês) estima quebra em torno de 40 milhões de toneladas. Situação que também favorece o produtor brasileiro, que na safra 2011/2012 colheu 69 milhões de toneladas, para consumo interno de 54 milhões de toneladas. Do excedente, dois terços foram exportados e o resto entrou na composição de estoques oficiais.
A cotação internacional, fixada pela Bolsa de Chicago, também aumentou no caso do milho. Só que, de forma mais modesta, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O preço histórico do milho deveria custar entre R$ 23 e R$ 26 nesta época do ano, mas já ultrapassa R$ 35 em algumas regiões do país, em decorrência da seca nos EUA. Apesar disso, o agricultor brasileiro priorizou o aumento da área de cultivo para a soja, enquanto as lavouras de milho serão mantidas no mesmo patamar.
A alta dos preços de commodities agrícolas já fortaleceu a carteira de encomendas externas de fertilizantes e pressionou um pouco os preços de alimentos agropecuários no mercado interno, com repercussão no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A elevação dos preços de soja e milho, muito utilizados na ração de animais e aves, aumentou os custos de produção de suínos e frangos em mais de 30%, depois da seca no Meio-Oeste dos EUA.
A pressão inflacionária, no caso brasileiro, só não é maior porque nossa produção de soja e de milho garante o abastecimento interno e ainda sobra para exportações, segundo Schreiner. O país, entretanto, sempre sofre influências de fora porque a produção de etanol de milho, nos EUA, tem sido o principal fator de formação de preços do milho, da soja e do trigo. Além disso, particularmente o mercado de grãos de soja é balizado pela China, que absorveu 57 milhões de toneladas (64%) de todas as exportações do produto no ano passado.