quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FAEG diz o que espera de 2011

De acordo com o presidente da FAEG e titular da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner, 2010 se encerra com desempenho maior e melhor que o registrado no ano anterior, em níveis nacional e regional. Ele explica que o PIB brasileiro no acumulado até setembro de 2010, se comparado com o mesmo período de 2009, cresceu 8,4% alcançando R$ 937 bilhões. Nesse mesmo período, o setor agropecuário nacional cresceu 7,8%.

Segundo a FAEG, entre os grandes desafios para o próximo ano está a volta da inflação. “Trata-se de um fator que pode afetar de forma decisiva as previsões de crescimento para o agronegócio goiano e brasileiro”, disse Schreiner.

Ele explicou que mesmo com todos esses desafios, espera-se uma expansão do agronegócio goiano em 2011. “Há um cenário de aumento do consumo interno e externo puxado, principalmente, pela China e há a expectativa de que os preços das commodities permaneçam em níveis razoáveis no próximo ano”, esclareceu.

Espera-se que o crescimento do PIB nacional para 2011 seja em torno dos 5,5%, mantendo a meta de inflação em torno de 4,5%. Schreiner acredita que mesmo com a valorização do real, deve haver crescimento das exportações brasileiras do agronegócio para 2011 impulsionadas, sobretudo, pela melhoria da produtividade no campo.

Produção goiana

Em Goiás, semelhante ao projetado para o Brasil, a Faeg prevê que deverá ocorrer aumento da área e da produção agrícola. Segundo dados da entidade, a área plantada com cereais, fibras e oleaginosas deverá crescer 1,8% em relação à última safra, resultado do crescimento das áreas de soja e algodão. A entidade acredita que a produção goiana poderá chegar aos 13,57 milhões de toneladas, superior aos 13,46 milhões registrados na safra 2009/2010.

Schreiner fez um alerta sobre o início de uma escalada nos preços dos principais insumos agropecuários, sobretudo, fertilizantes. Essa valorização ocorre em função do aumento da demanda mundial e pela deficiente logística de recebimento desses fertilizantes nos portos brasileiros. Schreiner enfatizou que esse fato tem trazido grande preocupação aos produtores, devido ao possível impacto no aumento dos custos de produção para a safra 2011/2012.

Outra preocupação é com a inflação sobre os alimentos. Schreiner explicou que há 20 anos o peso dos alimentos na renda familiar do brasileiro era de 50%. Hoje, o peso é de 19%. Ele ressaltou que os alimentos foram a âncora do Real e da estabilidade econômica. Mas, nos últimos anos, tem-se registrado uma distância muito grande entre os preços pagos aos produtores pelos alimentos produzidos e os preços pagos pelos consumidores na aquisição dos mesmos alimentos.

“É o caso do feijão, por exemplo, o produtor recebe hoje R$ 1,37 pelo quilo do cereal, mas o consumidor compra o produto por R$ 3,50 o quilo.” Para a Faeg, mecanismos governamentais de crédito, seguro e comercialização implementados a tempo, à hora e na medida necessária minimizariam esses problemas de preços, normalmente ocasionados pela sazonalidade de produção.

VBP goiano

O Estado de Goiás caminhou na mesma direção. Dados levantados pela Gerência de Estudos Técnicos e Econômicos da Faeg demonstram que o Valor Bruto da Produção Agropecuária de Goiás (VBP) foi de R$ 18,4 bilhões em 2010, 2,66% superior a 2009. Schreiner esclarece que esse aumento se deve graças ao volume da safra 2009/2010 que foi de 13,4 milhões de toneladas - 1,85% superior à safra 2008/2009 - e à recuperação dos preços das principais commodities agropecuárias.

Até novembro deste de 2010, as exportações do agronegócio goiano foram de US$ 2,89 bilhões, montante que representou 74% do total das exportações de Goiás; 9,8% maior que 2009. Ao passo que as importações do agronegócio representaram apenas US$ 301 milhões, 7,92% do total das importações de Goiás. Schreiner enfatizou que todo esse desempenho se refletiu positivamente na abertura de vagas de trabalho. O setor agropecuário goiano conseguiu gerar mais de 65 mil postos de trabalho, superior aos 58 mil gerados em 2009.

Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR

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