sexta-feira, 27 de novembro de 2009

China deve retomar aquisição de soja e elevar preço do grão


A China voltará às compras no mês de dezembro e cria expectativa para a maior alta no preço da soja neste semestre. De acordo com o Centro Nacional de Informações de Grãos e Óleo da China, o país asiático deve comprar 4 milhões de toneladas do grão em dezembro, superando em quase 1 milhão de toneladas as importações previstas para o mês.Segundo Danny Murphy, do Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos, haverá um aumento substancial na demanda chinesa no ano comercial 2009/2010. "O potencial do mercado da China por soja pode se tornar três ou quatro vezes maior do que é hoje se a economia continuar a crescer", disse Murphy.Na avaliação dele, o efeito do aumento da demanda nos preços da commodity será no curto prazo. "A oleaginosa deve ultrapassar a maior alta em nove meses, de US$ 12,3650 o bushel, alcançada no dia 5 de junho em Chicago, antes que as novas safras do Brasil e da Argentina, os maiores produtores depois dos EUA", disse.O último relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) aponta um crescimento de 7,6% para o esmagamento de soja chinesa em relação ao ano passado, para 44,1 milhões de toneladas neste ano comercial. Devido ao apetite chinês e ao enfraquecimento do dólar, as exportações de soja dos Estados Unidos devem crescer 4%, para 40 milhões de toneladas no ano comercial que se encerra no dia 31 de agosto de 2010. Desde 1º de setembro, quase 5 milhões de toneladas de soja norte-americana já foram entregues à China e mais 10 milhões de toneladas foram encomendadas para entrega. Segundo informações da United Soybean Board, a China importa um em cada quatro bushels que os EUA produzem.De acordo com Fernando Muraro Jr., analista da Agência Rural, não é só uma grande procura pela soja que sustenta os preços. "Na verdade, a oleaginosa vem sendo muito favorecida pela circulação do dinheiro nas finanças mundiais", avalia. Segundo o analista, com juros baixos nas principais economias do mundo, os investidores estão despejando suas economias em ativos como ações, petróleo, ouro e grãos, entre eles, naturalmente, a soja. "É a financeirização do mercado definindo os destinos da oleaginosa", acrescenta Muraro.Oferta brasileiraMesmo tendo sido responsável pelo incremento de 4% do volume de soja vendido pelos Estados Unidos no ano comercial que acaba de se encerrar, a China continua tendo na América do Sul seu principal alvo para a aquisição da oleaginosa. Apesar nos preços não estarem em patamares satisfatórios para os produtores brasileiros, a área plantada com soja no Brasil já atingiu 76% do previsto para a safra 2009/2010, bem acima da média dos últimos cinco anos de 66%, segundo o USDA.O relatório do órgão informou que o País deve alcançar uma safra recorde da oleaginosa nessa temporada e atingir um volume de 63,6 milhões de toneladas, a partir de uma área de plantio estimada em 22,85 milhões de hectares. Os números apontam para um aumento de 5% na área plantada e de 11,5% na produção em relação aos números da temporada 2008/2009.Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que até a última semana, 93% da área destinada ao plantio da soja no Mato Grosso já foi semeada. Em relação à temporada passada o plantio está 1,3% mais avançado. No norte do estado, onde o plantio começou mais tarde, 45% da área foi semeada, enquanto que em outras regiões as atividades acabaram.No Paraná, segundo maior produtor nacional, o plantio também está no fim. Dados do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) mostram que até a terceira semana do mês, 85% da área havia sido semeada. Assim como no Mato Grosso, em algumas regiões do Paraná o plantio está praticamente finalizado.De acordo com números da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex/Mdic), até o último dia 22, a média diária das exportações de soja em novembro foi de US$ 24,6 milhões, 32,8% a menos que a média registrada em outubro e 38,3% inferior a média verificada em novembro de 2008.


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